domingo, 19 de setembro de 2010

Leigos devem dar testemunho ao mundo, pede Bento XVI

Bento XVI presidiu a celebração da Santa Missa na Catedral de Westminster, dedicada ao Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, às 10h (6h em Brasília) deste sábado, 18, em seu terceiro dia de visita apostólica ao Reino Unido.
A necessidade de os fiéis leigos assumirem seu compromisso batismal através da participação na missão do Senhor, conforme intuições e ensinamentos do Cardeal John Henry Newman, que será beatificado neste domingo, 18, foi destacada pelo Santo Padre:
"Quanto necessita a sociedade contemporânea deste testemunho! [...] Um dos maiores desafios que hoje devemos afrontar é como falar de maneira convincente da sabedoria e poder libertador da palavra de Deus a um mundo que muitas vezes vê o Evangelho como um limite à liberdade humana, ao invés de verdade que liberta nossas mentes e ilumina os nossos esforços para viver de modo sadio e bom, tanto como indivíduos quanto como membros da sociedade".
O Papa pediu que os católicos vivam de modo mais consciente sua dignidade enquanto povo sacerdotal e rezem mais pelas vocações ao ministério sacerdotal.
O Pontífice expressou sua alegria pelo fato de que o encontro tenha acontecido em uma igreja dedicada ao sangue de Cristo, "sinal da misericórdia redentora de Deus derramada sobre o mundo mediante a paixão, morte e ressurreição de seu Filho".
Ao longo da homilia, o Santo Padre falou sobre os abusos sexuais cometidos por ministros católicos: "Expresso sobretudo a minha profunda dor às vítimas inocentes desses crimes inqualificáveis", disse.

Sacrifícios
Bento XVI baseou sua homilia na imagem do Senhor crucificado, que domina a nave da Catedral e o Papa classificou de "impressionante". A reflexão centrou-se no mistério do Sangue Precioso, "porque é esse mistério que nos leva a reconhecer a unidade entre o sacrifício de Cristo sobre a Cruz, o sacrifício Eucarístico que ele doou à sua Igreja e o seu eterno sacerdócio, por meio do qual, sentado à direita do Pai, não cessa de interceder por nós, os membros de seu corpo místico", disse.
O Santo Padre explicou que "o brotar do sangue de Cristo é fonte da vida da Igreja", fonte da vida divina dada pelo Espírito Santo e comunicada nos sacramentos.
Por isso, a Igreja celebra a Eucaristia em todo o tempo e lugar até que o Senhor retorne na glória. "A realidade do sacrifício Eucarístico sempre esteve no coração da fé católica; colocada em dúvida no século XVI, foi solenemente reafirmada no Concílio de Trento, no contexto da nossa justificação em Cristo", recordou.
"O sacrifício Eucarístico do Corpo e Sangue de Cristo compreende, por sua vez, o mistério da paixão de nosso Senhor que continua nos membros de seu corpo místico, a Igreja em todas as épocas". O Bispo de Roma indicou que a forma mais eloquente de representação do mistério do precioso sangue de Cristo são os mártires de todos os tempos, e que continuam a existir hoje em meio aos que sofrem perseguição devido à sua fé, bem como "nos sofrimentos de todos aqueles cristãos que cotidianamente unem seus sacrifícios aos do Senhor para a santificação da Igreja e a redenção do mundo", lembrou.

Fonte: Canção Nova
Foto: AP

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