sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mensagem e bênção de Ano Novo com Pe Zito

Está fresquinha a nova mensagem de nosso pároco, Pe Zito, que acabamos de postar no nosso canal de vídeo no YouTube. Desta vez nosso pároco deixa sua mensagem de ano novo. Em suas palavras ressalta a importancia de começarmos o ano sem pesos ou mágoas em nosso coração. Para encerrar uma bênção especial para os internautas que acompanham a nossa paróquia pela internet.

Pe Zito se disse muito feliz como mais esse canal de evangelização de nossa paróquia. Brevemente estaremos publicando mais vídeos. Por isso fique sempre de olho para não perder as novidades.

Leia Mais

Missas de Fim de Ano

Fique atento e não perca o horário das celebrações de fim de ano em nossa paróquia, ainda celebrando o Natal do Senhor. Veja abaixo a programação.

Dia de 31 de Dezembro (Sexta-feira) - Vigília de Ano Novo
18h - Adoração ao Santíssimo Sacramento na Igreja Matriz Nossa Senhora de Nazareth
20h - Missa seguida de bênção do Santíssimo Sacramento na Igreja Matriz

Dia 1º de Janeiro (Sábado) - Santa Mãe de Deus/Dia Mundial da Paz
8h - Missa na Comunidade de São Lourenço, em Jaconé
10h - Missa na Comunidade de São João Batista, no Centro
19h - Missa na Igreja Matriz Nossa Senhora de Nazareth

Dia 2 de Janeiro (Domingo)
7:30h - Missa na Comunidade de São João Batista, no Centro
10h - Missa na Comunidade de São Lourenço, em Jaconé
17:30h - Missa na Igreja Matriz Nossa Senhora de Nazareth
19h - Missa na Comunidade de São José, em Itaúna

Aos irmãos que não sabem o endereço das comunidades pode acessar através do mapa disponibilizado em nosso blog, clicando AQUI.
Leia Mais

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ano novo, coração novo

Estamos acostumados aos rituais, às comemorações, às celebrações. Quando um ano se encerra e outro se inicia, celebramos o Dia da Paz, a confraternização entre os povos. Quando um novo ciclo se inicia, somos convidados a renovar algo em nós. Quem sabe, neste novo ano, possamos ter um coração novo.

O coração é a metáfora dos sentimentos, das intenções. Um coração envelhecido é aquele que desistiu de amar, que não acredita na humanidade e que, consequentemente, se fecha. E é, por isso, solitário. A solidão pela ausência do amor envelhece o coração.

As desculpas para um coração envelhecido recaem nas decepções com as pessoas que amamos.

Reclamamos dos erros dos outros, lamentamos as atitudes incorretas de nossos irmãos e, assim, optamos pelo fechamento. Vivemos condenando nossa triste situação. Pais, filhos, amigos, parece que não há ninguém de valor a nosso lado. Pensamos como seria bom se eles mudassem, se eles melhorassem.

No ano que passou, vivi momentos de muita emoção. Um deles ao lado de meu querido irmão Dunga. Eu fazia uma pregação em um grupo de oração em Presidente Prudente (SP). Enquanto isso, ele compunha o refrão de uma música. A reflexão era sobre as mudanças que temos de fazer para que nosso irmão seja mais feliz. E o refrão diz exatamente isto: "Quem tem que mudar sou eu, para que você seja mais feliz".

Eu escrevi o restante da música que fala em aprendizado, em perdão, em saber ouvir, em lembrar que não há ninguém perfeito. E que talvez precisemos do tempo da boa ingenuidade de volta, do sorriso leve, dos sonhos dos primeiros encontros.

O tempo pode ser uma boa escola. Ele nos ensina a tolerância, o respeito às limitações do outro e às nossas próprias limitações, a bondade no julgar. É uma lição de vida a reflexão de Madre Teresa de Calcutá: "Quem julga as pessoas, não tem tempo para amá-las".

Às vezes, os pais exigem dos filhos algo que não podem dar. O inverso é verdadeiro. E na relação entre o casal também. Cada ser é único. E talvez grande parte dos erros não sejam intencionais.

Meu irmão, não espere que o outro mude. Mude você. Diga à pessoa que você ama: "Quem tem que mudar sou eu, para que você seja mais feliz". E, se precisar, complete com o pensamento de Madre Teresa: Não vou perder tempo julgando, quero gastar esse tempo amando.

E é esse o convite para o novo ano. A consciência de que a sua família será melhor se você for melhor. Que o seu trabalho será melhor se você for melhor. Que o mundo, esse grande coração que pulsa, será renovado se o seu coração for renovado.

Feliz ano novo, feliz coração novo.
Gabriel Chalita
Leia Mais

Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz

Liberdade religiosa, caminho para a paz, é o tema escolhido por Bento XVI para a Mensagem do Dia Mundial da Paz 2011, celebrado tradicionalmente no dia 1º de janeiro, data da Solenidade Litúrgica de Maria Mãe de Deus.

LIBERDADE RELIGIOSA, CAMINHO PARA A PAZ

1. NO INÍCIO DE UM ANO NOVO, desejo fazer chegar a todos e cada um os meus votos: votos de serenidade e prosperidade, mas sobretudo votos de paz. Infelizmente também o ano que encerra as portas esteve marcado pela perseguição, pela discriminação, por terríveis atos de violência e de intolerância religiosa.

Penso, em particular, na amada terra do Iraque, que, no seu caminho para a desejada estabilidade e reconciliação, continua a ser cenário de violências e atentados. Recordo as recentes tribulações da comunidade cristã, e de modo especial o vil ataque contra a catedral siro-católica de «Nossa Senhora do Perpétuo Socorro» em Bagdá, onde, no passado dia 31 de Outubro, foram assassinados dois sacerdotes e mais de cinquenta fiéis, quando se encontravam reunidos para a celebração da Santa Missa. A este ataque seguiram-se outros nos dias sucessivos, inclusive contra casas privadas, gerando medo na comunidade cristã e o desejo, por parte de muitos dos seus membros, de emigrar à procura de melhores condições de vida. Manifesto-lhes a minha solidariedade e a da Igreja inteira, sentimento que ainda recentemente teve uma concreta expressão na Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, a qual encorajou as comunidades católicas no Iraque e em todo o Médio Oriente a viverem a comunhão e continuarem a oferecer um decidido testemunho de fé naquelas terras.

Agradeço vivamente aos governos que se esforçam por aliviar os sofrimentos destes irmãos em humanidade e convido os católicos a orarem pelos seus irmãos na fé que padecem violências e intolerâncias e a serem solidários com eles. Neste contexto, achei particularmente oportuno partilhar com todos vós algumas reflexões sobre a liberdade religiosa, caminho para a paz. De fato, é doloroso constatar que, em algumas regiões do mundo, não é possível professar e exprimir livremente a própria religião sem pôr em risco a vida e a liberdade pessoal. Noutras regiões, há formas mais silenciosas e sofisticadas de preconceito e oposição contra os crentes e os símbolos religiosos. Os cristãos são, atualmente, o grupo religioso que padece o maior número de perseguições devido à própria fé. Muitos suportam diariamente ofensas e vivem frequentemente em sobressalto por causa da sua procura da verdade, da sua fé em Jesus Cristo e do seu apelo sincero para que seja reconhecida a liberdade religiosa. Não se pode aceitar nada disto, porque constitui uma ofensa a Deus e à dignidade humana; além disso, é uma ameaça à segurança e à paz e impede a realização de um desenvolvimento humano autêntico e integral (cf. BENTO XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 29.55-57).

De fato, na liberdade religiosa exprime-se a especificidade da pessoa humana, que, por ela, pode orientar a própria vida pessoal e social para Deus, a cuja luz se compreendem plenamente a identidade, o sentido e o fim da pessoa. Negar ou limitar arbitrariamente esta liberdade significa cultivar uma visão redutiva da pessoa humana; obscurecer a função pública da religião significa gerar uma sociedade injusta, porque esta seria desproporcionada à verdadeira natureza da pessoa; isto significa tornar impossível a afirmação de uma paz autêntica e duradoura para toda a família humana.

Por isso, exorto os homens e mulheres de boa vontade a renovarem o seu compromisso pela construção de um mundo onde todos sejam livres para professar a sua própria religião ou a sua fé e viver o seu amor a Deus com todo o coração, toda a alma e toda a mente (cf. Mt 22, 37). Este é o sentimento que inspira e guia a Mensagem para o XLIV Dia Mundial da Paz, dedicada ao tema: Liberdade religiosa, caminho para a paz.

Direito sagrado à vida e a uma vida espiritual
2. O direito à liberdade religiosa está radicado na própria dignidade da pessoa humana, (Cf. CONC. ECUM. VAT. II, Decl. sobre a liberdade religiosa Dignitatis humanae, 2.) cuja natureza transcendente não deve ser ignorada ou negligenciada. Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 27). Por isso, toda a pessoa é titular do direito sagrado a uma vida íntegra, mesmo do ponto de vista espiritual. Sem o reconhecimento do próprio ser espiritual, sem a abertura ao transcendente, a pessoa humana retrai-se sobre si mesma, não consegue encontrar resposta para as perguntas do seu coração sobre o sentido da vida e dotar-se de valores e princípios éticos duradouros, nem consegue sequer experimentar uma liberdade autêntica e desenvolver uma sociedade justa (Cf. BENTO XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 78).

A Sagrada Escritura, em sintonia com a nossa própria experiência, revela o valor profundo da dignidade humana: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que lá colocastes, que é o homem para que Vos lembreis dele, o filho do homem para dele Vos ocupardes? Fizestes dele quase um ser divino, de honra e glória o coroastes; destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos, tudo submetestes a seus pés» (Sl 8, 4-7).

Perante a sublime realidade da natureza humana, podemos experimentar a mesma admiração expressa pelo salmista. Esta manifesta-se como abertura ao Mistério, como capacidade de interrogar-se profundamente sobre si mesmo e sobre a origem do universo, como íntima ressonância do Amor supremo de Deus, princípio e fim de todas as coisas, de cada pessoa e dos povos (Cf. CONC. ECUM. VAT. II, Decl. sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs Nostra aetate, 1.). A dignidade transcendente da pessoa é um valor essencial da sabedoria judaico-cristã, mas, graças à razão, pode ser reconhecida por todos. Esta dignidade, entendida como capacidade de transcender a própria materialidade e buscar a verdade, há-de ser reconhecida como um bem universal, indispensável na construção duma sociedade orientada para a realização e a plenitude do homem. O respeito de elementos essenciais da dignidade do homem, tais como o direito à vida e o direito à liberdade religiosa, é uma condição da legitimidade moral de toda a norma social e jurídica.

Liberdade religiosa e respeito recíproco
3. A liberdade religiosa está na origem da liberdade moral. Com efeito, a abertura à verdade e ao bem, a abertura a Deus, radicada na natureza humana, confere plena dignidade a cada um dos seres humanos e é garante do respeito pleno e recíproco entre as pessoas. Por conseguinte, a liberdade religiosa deve ser entendida não só como imunidade da coação mas também, e antes ainda, como capacidade de organizar as próprias opções segundo a verdade.

Existe uma ligação indivisível entre liberdade e respeito; de fato, «cada homem e cada grupo social estão moralmente obrigados, no exercício dos próprios direitos, a ter em conta os direitos alheios e os seus próprios deveres para com os outros e o bem comum» (CONC. ECUM. VAT. II, Decl. sobre a liberdade religiosa Dignitatis humanae, 7.).

Uma liberdade hostil ou indiferente a Deus acaba por se negar a si mesma e não garante o pleno respeito do outro. Uma vontade, que se crê radicalmente incapaz de procurar a verdade e o bem, não tem outras razões objetivas nem outros motivos para agir senão os impostos pelos seus interesses momentâneos e contingentes, não tem uma «identidade» a preservar e construir através de opções verdadeiramente livres e conscientes. Mas assim não pode reclamar o respeito por parte de outras «vontades», também estas desligadas do próprio ser mais profundo e capazes, por conseguinte, de fazer valer outras «razões» ou mesmo nenhuma «razão». A ilusão de encontrar no relativismo moral a chave para uma pacífica convivência é, na realidade, a origem da divisão e da negação da dignidade dos seres humanos. Por isso se compreende a necessidade de reconhecer uma dupla dimensão na unidade da pessoa humana: a religiosa e a social. A este respeito, é inconcebível que os crentes «tenham de suprimir uma parte de si mesmos – a sua fé – para serem cidadãos ativos; nunca deveria ser necessário renegar a Deus, para se poder gozar dos próprios direitos» (BENTO XVI, Discurso à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (18 de Abril de 2008): AAS 100 (2008), 337).

A família, escola de liberdade e de paz
4. Se a liberdade religiosa é caminho para a paz, a educação religiosa é estrada privilegiada para habilitar as novas gerações a reconhecerem no outro o seu próprio irmão e a sua própria irmã, com quem caminhar juntos e colaborar para que todos se sintam membros vivos de uma mesma família humana, da qual ninguém deve ser excluído.

A família fundada sobre o matrimônio, expressão de união íntima e de complementaridade entre um homem e uma mulher, insere-se neste contexto como a primeira escola de formação e de crescimento social, cultural, moral e espiritual dos filhos, que deveriam encontrar sempre no pai e na mãe as primeiras testemunhas de uma vida orientada para a busca da verdade e para o amor de Deus. Os próprios pais deveriam ser sempre livres para transmitir, sem constrições e responsavelmente, o próprio patrimônio de fé, de valores e de cultura aos filhos. A família, primeira célula da sociedade humana, permanece o âmbito primário de formação para relações harmoniosas a todos os níveis de convivência humana, nacional e internacional. Esta é a estrada que se há-de sapientemente percorrer para a construção de um tecido social robusto e solidário, para preparar os jovens à assunção das próprias responsabilidades na vida, numa sociedade livre, num espírito de compreensão e de paz.

Um patrimônio comum
5. Poder-se-ia dizer que, entre os direitos e as liberdades fundamentais radicados na dignidade da pessoa, a liberdade religiosa goza de um estatuto especial. Quando se reconhece a liberdade religiosa, a dignidade da pessoa humana é respeitada na sua raiz e reforça-se a índole e as instituições dos povos. Pelo contrário, quando a liberdade religiosa é negada, quando se tenta impedir de professar a própria religião ou a própria fé e de viver de acordo com elas, ofende-se a dignidade humana e, simultaneamente, acabam ameaçadas a justiça e a paz, que se apoiam sobre a reta ordem social construída à luz da Suma Verdade e do Sumo Bem.

Neste sentido, a liberdade religiosa é também uma aquisição de civilização política e jurídica. Trata-se de um bem essencial: toda a pessoa deve poder exercer livremente o direito de professar e manifestar, individual ou comunitariamente, a própria religião ou a própria fé, tanto em público como privadamente, no ensino, nos costumes, nas publicações, no culto e na observância dos ritos. Não deveria encontrar obstáculos, se quisesse eventualmente aderir a outra religião ou não professar religião alguma. Neste âmbito, revela-se emblemático e é uma referência essencial para os Estados o ordenamento internacional, enquanto não consente alguma derrogação da liberdade religiosa, salvo a legítima exigência da justa ordem pública (Cf. CONC. ECUM. VAT. II, Decl. sobre a liberdade religiosa Dignitatis humanae, 2). Deste modo, o ordenamento internacional reconhece aos direitos de natureza religiosa o mesmo status do direito à vida e à liberdade pessoal, comprovando a sua pertença ao núcleo essencial dos direitos do homem, àqueles direitos universais e naturais que a lei humana não pode jamais negar.

A liberdade religiosa não é patrimônio exclusivo dos crentes, mas da família inteira dos povos da terra. É elemento imprescindível de um Estado de direito; não pode ser negada, sem ao mesmo tempo minar todos os direitos e as liberdades fundamentais, pois é a sua síntese e ápice. É «o papel de tornassol para verificar o respeito de todos os outros direitos humanos» (JOÃO PAULO II, Discurso aos participantes na Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) (10 de Outubro de 2003), 1: AAS 96 (2004), 111). Ao mesmo tempo que favorece o exercício das faculdades humanas mais específicas, cria as premissas necessárias para a realização de um desenvolvimento integral, que diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em cada uma das suas dimensões (Cf. BENTO XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 11.).

A dimensão pública da religião
6. Embora movendo-se a partir da esfera pessoal, a liberdade religiosa – como qualquer outra liberdade – realiza-se na relação com os outros. Uma liberdade sem relação não é liberdade perfeita. Também a liberdade religiosa não se esgota na dimensão individual, mas realiza-se na própria comunidade e na sociedade, coerentemente com o ser relacional da pessoa e com a natureza pública da religião.

O relacionamento é uma componente decisiva da liberdade religiosa, que impele as comunidades dos crentes a praticarem a solidariedade em prol do bem comum. Cada pessoa permanece única e irrepetível e, ao mesmo tempo, completa-se e realiza-se plenamente nesta dimensão comunitária.

Inegável é a contribuição que as religiões prestam à sociedade. São numerosas as instituições caritativas e culturais que atestam o papel construtivo dos crentes na vida social. Ainda mais importante é a contribuição ética da religião no âmbito político. Tal contribuição não deveria ser marginalizada ou proibida, mas vista como válida ajuda para a promoção do bem comum. Nesta perspectiva, é preciso mencionar a dimensão religiosa da cultura, tecida através dos séculos graças às contribuições sociais e sobretudo éticas da religião. Tal dimensão não constitui de modo algum uma discriminação daqueles que não partilham a sua crença, mas antes reforça a coesão social, a integração e a solidariedade.

Liberdade religiosa, força de liberdade e de civilização:
os perigos da sua instrumentalização

7. A instrumentalização da liberdade religiosa para mascarar interesses ocultos, como por exemplo a subversão da ordem constituída, a apropriação de recursos ou a manutenção do poder por parte de um grupo, pode provocar danos enormes às sociedades. O fanatismo, o fundamentalismo, as práticas contrárias à dignidade humana não se podem jamais justificar, e menos ainda o podem ser se realizadas em nome da religião. A profissão de uma religião não pode ser instrumentalizada, nem imposta pela força. Por isso, é necessário que os Estados e as várias comunidades humanas nunca se esqueçam que a liberdade religiosa é condição para a busca da verdade e que a verdade não se impõe pela violência mas pela «força da própria verdade» (Cf. CONC. ECUM. VAT. II, Decl. sobre a liberdade religiosa Dignitatis humanae, 1). Neste sentido, a religião é uma força positiva e propulsora na construção da sociedade civil e política.

Como se pode negar a contribuição das grandes religiões do mundo para o desenvolvimento da civilização? A busca sincera de Deus levou a um respeito maior da dignidade do homem. As comunidades cristãs, com o seu patrimônio de valores e princípios, contribuíram imenso para a tomada de consciência das pessoas e dos povos a respeito da sua própria identidade e dignidade, bem como para a conquista de instituições democráticas e para a afirmação dos direitos do homem e seus correlativos deveres.

Também hoje, numa sociedade cada vez mais globalizada, os cristãos são chamados – não só através de um responsável empenhamento civil, econômico e político, mas também com o testemunho da própria caridade e fé – a oferecer a sua preciosa contribuição para o árduo e exaltante compromisso em prol da justiça, do desenvolvimento humano integral e do reto ordenamento das realidades humanas. A exclusão da religião da vida pública subtrai a esta um espaço vital que abre para a transcendência. Sem esta experiência primária, revela-se uma tarefa árdua orientar as sociedades para princípios éticos universais e torna-se difícil estabelecer ordenamentos nacionais e internacionais nos quais os direitos e as liberdades fundamentais possam ser plenamente reconhecidos e realizados, como se propõem os objetivos – infelizmente ainda menosprezados ou contestados – da Declaração Universal dos direitos do homem de 1948.

Uma questão de justiça e de civilização:
o fundamentalismo e a hostilidade contra os crentes prejudicam
a laicidade positiva dos Estados

8. A mesma determinação, com que são condenadas todas as formas de fanatismo e de fundamentalismo religioso, deve animar também a oposição a todas as formas de hostilidade contra a religião, que limitam o papel público dos crentes na vida civil e política.

Não se pode esquecer que o fundamentalismo religioso e o laicismo são formas reverberadas e extremas de rejeição do legítimo pluralismo e do princípio de laicidade. De fato, ambas absolutizam uma visão redutiva e parcial da pessoa humana, favorecendo formas, no primeiro caso, de integralismo religioso e, no segundo, de racionalismo. A sociedade, que quer impor ou, ao contrário, negar a religião por meio da violência, é injusta para com a pessoa e para com Deus, mas também para consigo mesma. Deus chama a Si a humanidade através de um desígnio de amor, o qual, ao mesmo tempo que implica a pessoa inteira na sua dimensão natural e espiritual, exige que lhe corresponda em termos de liberdade e de responsabilidade, com todo o coração e com todo o próprio ser, individual e comunitário. Sendo assim, também a sociedade, enquanto expressão da pessoa e do conjunto das suas dimensões constitutivas, deve viver e organizar-se de modo a favorecer a sua abertura à transcendência. Por isso mesmo, as leis e as instituições duma sociedade não podem ser configuradas ignorando a dimensão religiosa dos cidadãos ou de modo que prescindam completamente da mesma; mas devem ser comensuradas – através da obra democrática de cidadãos conscientes da sua alta vocação – ao ser da pessoa, para o poderem favorecer na sua dimensão religiosa. Não sendo esta uma criação do Estado, não pode ser manipulada, antes deve contar com o seu reconhecimento e respeito.

O ordenamento jurídico a todos os níveis, nacional e internacional, quando consente ou tolera o fanatismo religioso ou anti-religioso, falta à sua própria missão, que consiste em tutelar e promover a justiça e o direito de cada um. Tais realidades não podem ser deixadas à mercê do arbítrio do legislador ou da maioria, porque, como já ensinava Cícero, a justiça consiste em algo mais do que um mero ato produtivo da lei e da sua aplicação. A justiça implica reconhecer a cada um a sua dignidade (Cf. CÍCERO, De inventione, II, 160), a qual, sem liberdade religiosa garantida e vivida na sua essência, fica mutilada e ofendida, exposta ao risco de cair sob o predomínio dos ídolos, de bens relativos transformados em absolutos. Tudo isto expõe a sociedade ao risco de totalitarismos políticos e ideológicos, que enfatizam o poder público, ao mesmo tempo que são mortificadas e coartadas, como se lhe fizessem concorrência, as liberdades de consciência, de pensamento e de religião.

Diálogo entre instituições civis e religiosas
9. O patrimônio de princípios e valores expressos por uma religiosidade autêntica é uma riqueza para os povos e respectivas índoles: fala diretamente à consciência e à razão dos homens e mulheres, lembra o imperativo da conversão moral, motiva para aperfeiçoar a prática das virtudes e aproximar-se amistosamente um do outro sob o signo da fraternidade, como membros da grande família humana (Cf. BENTO XVI, Discurso aos Representantes de outras Religiões do Reino Unido (17 de Setembro de 2010): L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 25/IX/2010), 6-7).

No respeito da laicidade positiva das instituições estatais, a dimensão pública da religião deve ser sempre reconhecida. Para isso, um diálogo sadio entre as instituições civis e as religiosas é fundamental para o desenvolvimento integral da pessoa humana e da harmonia da sociedade.

Viver no amor e na verdade
10. No mundo globalizado, caracterizado por sociedades sempre mais multiétnicas e pluriconfessionais, as grandes religiões podem constituir um fator importante de unidade e paz para a família humana. Com base nas suas próprias convicções religiosas e na busca racional do bem comum, os seus membros são chamados a viver responsavelmente o próprio compromisso num contexto de liberdade religiosa. Nas variadas culturas religiosas, enquanto há que rejeitar tudo aquilo que é contra a dignidade do homem e da mulher, é preciso, ao contrário, valer-se daquilo que resulta positivo para a convivência civil.

O espaço público, que a comunidade internacional torna disponível para as religiões e para a sua proposta de «vida boa», favorece o aparecimento de uma medida compartilhável de verdade e de bem e ainda de um consenso moral, que são fundamentais para uma convivência justa e pacífica. Os líderes das grandes religiões, pela sua função, influência e autoridade nas respectivas comunidades, são os primeiros a ser chamados ao respeito recíproco e ao diálogo.

Os cristãos, por sua vez, são solicitados pela sua própria fé em Deus, Pai do Senhor Jesus Cristo, a viver como irmãos que se encontram na Igreja e colaboram para a edificação de um mundo, onde as pessoas e os povos «não mais praticarão o mal nem a destruição (...), porque o conhecimento do Senhor encherá a terra, como as águas enchem o leito do mar» (Is 11, 9).

Diálogo como busca em comum
11. Para a Igreja, o diálogo entre os membros de diversas religiões constitui um instrumento importante para colaborar com todas as comunidades religiosas para o bem comum. A própria Igreja nada rejeita do que nessas religiões existe de verdadeiro e santo. «Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver, esses preceitos e doutrinas que, embora se afastem em muitos pontos daqueles que ela própria segue e propõe, todavia refletem não raramente um raio da verdade que ilumina todos os homens» (CONC. ECUM. VAT. II, Decl. sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs Nostra aetate, 2).

A estrada indicada não é a do relativismo nem do sincretismo religioso. De fato, a Igreja «anuncia, e tem mesmo a obrigação de anunciar incessantemente Cristo, “caminho, verdade e vida” (Jo 14, 6), em quem os homens encontram a plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou consigo mesmo todas as coisas» (Ibid., 2). Todavia isto não exclui o diálogo e a busca comum da verdade em diversos âmbitos vitais, porque, como diz uma expressão usada frequentemente por São Tomás de Aquino, «toda a verdade, independentemente de quem a diga, provém do Espírito Santo» (Super evangelium Joannis, I, 3).

Em 2011, tem lugar o 25º aniversário da Jornada Mundial de Oração pela Paz, que o Venerável Papa João Paulo II convocou em Assis em 1986. Naquela ocasião, os líderes das grandes religiões do mundo deram testemunho da religião como sendo um fator de união e paz, e não de divisão e conflito. A recordação daquela experiência é motivo de esperança para um futuro onde todos os crentes se sintam e se tornem autenticamente obreiros de justiça e de paz.

Verdade moral na política e na diplomacia
12. A política e a diplomacia deveriam olhar para o patrimônio moral e espiritual oferecido pelas grandes religiões do mundo, para reconhecer e afirmar verdades, princípios e valores universais que não podem ser negados sem, com os mesmos, negar-se a dignidade da pessoa humana. Mas, em termos práticos, que significa promover a verdade moral no mundo da política e da diplomacia? Quer dizer agir de maneira responsável com base no conhecimento objetivo e integral dos fatos; quer dizer desmantelar ideologias políticas que acabam por suplantar a verdade e a dignidade humana e pretendem promover pseudovalores com o pretexto da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos; quer dizer favorecer um empenho constante de fundar a lei positiva sobre os princípios da lei natural (Cf. BENTO XVI, Discurso às Autoridades civis e ao Corpo Diplomático em Chipre (5 de Junho de 2010): L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 12/VI/2010), 4; COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL, À procura de uma ética universal: um olhar sobre a lei natural (Cidade do Vaticano 2009)). Tudo isto é necessário e coerente com o respeito da dignidade e do valor da pessoa humana, sancionado pelos povos da terra na Carta da Organização das Nações Unidas de 1945, que apresenta valores e princípios morais universais de referência para as normas, as instituições, os sistemas de convivência a nível nacional e internacional.

Para além do ódio e do preconceito
13. Não obstante os ensinamentos da história e o compromisso dos Estados, das organizações internacionais a nível mundial e local, das organizações não governamentais e de todos os homens e mulheres de boa vontade que cada dia se empenham pela tutela dos direitos e das liberdades fundamentais, ainda hoje no mundo se registram perseguições, descriminações, atos de violência e de intolerância baseados na religião. De modo particular na Ásia e na África, as principais vítimas são os membros das minorias religiosas, a quem é impedido de professar livremente a própria religião ou mudar para outra, através da intimidação e da violação dos direitos, das liberdades fundamentais e dos bens essenciais, chegando até à privação da liberdade pessoal ou da própria vida.

Temos depois, como já disse, formas mais sofisticadas de hostilidade contra a religião, que nos países ocidentais se exprimem por vezes com a renegação da própria história e dos símbolos religiosos nos quais se refletem a identidade e a cultura da maioria dos cidadãos. Frequentemente tais formas fomentam o ódio e o preconceito e não são coerentes com uma visão serena e equilibrada do pluralismo e da laicidade das instituições, sem contar que as novas gerações correm o risco de não entrar em contacto com o precioso patrimônio espiritual dos seus países.

A defesa da religião passa pela defesa dos direitos e liberdades das comunidades religiosas. Assim, os líderes das grandes religiões do mundo e os responsáveis das nações renovem o compromisso pela promoção e a tutela da liberdade religiosa, em particular pela defesa das minorias religiosas; estas não constituem uma ameaça contra a identidade da maioria, antes, pelo contrário, são uma oportunidade para o diálogo e o mútuo enriquecimento cultural. A sua defesa representa a maneira ideal para consolidar o espírito de benevolência, abertura e reciprocidade com que se há-de tutelar os direitos e as liberdades fundamentais em todas as áreas e regiões do mundo.

Liberdade religiosa no mundo
14. Dirijo-me, por fim, às comunidades cristãs que sofrem perseguições, discriminações, atos de violência e intolerância, particularmente na Ásia, na África, no Médio Oriente e de modo especial na Terra Santa, lugar escolhido e abençoado por Deus. Ao mesmo tempo em que lhes renovo a expressão do meu afeto paterno e asseguro a minha oração, peço a todos os responsáveis que intervenham prontamente para pôr fim a toda a violência contra os cristãos que habitam naquelas regiões. Que os discípulos de Cristo não desanimem com as presentes adversidades, porque o testemunho do Evangelho é e será sempre sinal de contradição.

Meditemos no nosso coração as palavras do Senhor Jesus: «Felizes os que choram, porque hão-se ser consolados. (...) Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. (...) Felizes sereis quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentido, vos acusarem de toda a espécie de mal. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos Céus a vossa recompensa» (Mt 5, 4-12). Por isso, renovemos «o compromisso por nós assumido no sentido da indulgência e do perdão – que invocamos de Deus para nós, no “Pai-nosso” – por havermos posto, nós próprios, a condição e a medida da desejada misericórdia: “perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”(Mt 6, 12)» (PAULO VI, Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 1976: AAS 67 (1975), 671). A violência não se vence com a violência. O nosso grito de dor seja sempre acompanhado pela fé, pela esperança e pelo testemunho do amor de Deus. Faço votos também de que cessem no Ocidente, especialmente na Europa, a hostilidade e os preconceitos contra os cristãos pelo fato de estes pretenderem orientar a própria vida de modo coerente com os valores e os princípios expressos no Evangelho. Mais ainda, que a Europa saiba reconciliar-se com as próprias raízes cristãs, que são fundamentais para compreender o papel que teve, tem e pretende ter na história; saberá assim experimentar justiça, concórdia e paz, cultivando um diálogo sincero com todos os povos.

Liberdade religiosa, caminho para a paz
15. O mundo tem necessidade de Deus; tem necessidade de valores éticos e espirituais, universais e compartilhados, e a religião pode oferecer uma contribuição preciosa na sua busca, para a construção de uma ordem social justa e pacífica a nível nacional e internacional.

A paz é um dom de Deus e, ao mesmo tempo, um projeto a realizar, nunca totalmente cumprido. Uma sociedade reconciliada com Deus está mais perto da paz, que não é simples ausência de guerra, nem mero fruto do predomínio militar ou econômico, e menos ainda de astúcias enganadoras ou de hábeis manipulações. Pelo contrário, a paz é o resultado de um processo de purificação e elevação cultural, moral e espiritual de cada pessoa e povo, no qual a dignidade humana é plenamente respeitada. Convido todos aqueles que desejam tornar-se obreiros de paz e sobretudo os jovens a prestarem ouvidos à própria voz interior, para encontrar em Deus a referência estável para a conquista de uma liberdade autêntica, a força inesgotável para orientar o mundo com um espírito novo, capaz de não repetir os erros do passado. Como ensina o Servo de Deus Papa Paulo VI, a cuja sabedoria e clarividência se deve a instituição do Dia Mundial da Paz, «é preciso, antes de mais nada, proporcionar à Paz outras armas, que não aquelas que se destinam a matar e a exterminar a humanidade. São necessárias sobretudo as armas morais, que dão força e prestígio ao direito internacional; aquela arma, em primeiro lugar, da observância dos pactos» (Ibid.: o.c., 668). A liberdade religiosa é uma autêntica arma da paz, com uma missão histórica e profética. De fato, ela valoriza e faz frutificar as qualidades e potencialidades mais profundas da pessoa humana, capazes de mudar e tornar melhor o mundo; consente alimentar a esperança num futuro de justiça e de paz, mesmo diante das graves injustiças e das misérias materiais e morais. Que todos os homens e as sociedades aos diversos níveis e nos vários ângulos da terra possam brevemente experimentar a liberdade religiosa, caminho para a paz!

Vaticano, 8 de Dezembro de 2010.

Leia Mais

Cristãos são os mais perseguidos no mundo

Os cristãos são o grupo religioso mais discriminado no mundo e o que mais sofre com a recorrente violação do direito à liberdade religiosa e de crença.

"Mais de 200 milhões desses, pertencentes a confissões diversas, encontram-se em situações de dificuldade, devido às estruturas legais e culturais que lhes discriminam", disse o secretário do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Dom Mario Toso, na qualidade de líder da Delegação da Santa Sé, durante a Conferência de Alto Nível sobre Tolerância e Não Discriminação, promovida pela Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) em Astana, no Cazaquistão, entre os dias 29 e 30 de junho desse ano.

Durante o recente encontro com a Cúria Romana para apresentar votos de Feliz Natal, o Papa também foi enfático ao abordar o problema: "Na situação atual, os cristãos são a minoria mais oprimida e atormentada", ressaltou.

Segundo dados da agência missionária de notícias Fides, vinculada à Congregação para a Evangelização dos Povos, cerca de 75% das perseguições registradas por motivos religiosos têm como alvo os cristãos.

As motivações para a perseguição são as mais diversas e variam de país para país. Naqueles onde a maioria religiosa é pertencente a outro credo, comumente o islamismo, o ódio religioso é a causa mais acentuada, como nos casos do Iraque e Paquistão, por exemplo. Já as razões políticas estão presentes especialmente em países que adotam regimes esquerdistas, como a China e a Coreia do Norte, onde as comunidades cristãs já foram praticamente extintas.

"Na Coreia do Norte, podemos falar de um dos casos mais extremos de extermínio da comunidade cristã. Neste momento, a Igreja não tem clero, a prática do culto é impossível e a comunidade católica não excede 200 fiéis", segundo dados da agência AsiaNews, especializada nessa área do mundo.

Na próxima semana, confira uma reportagem especial sobre o que a Doutrina da Igreja ensina sobre liberdade religiosa.

Cenário mundial
Os dados da última edição do Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo – elaborado pela Associação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) – elencam ao menos 21 países com "graves restrições e/ou muitos episódios de intolerância social ou legal relativamente à religião: Arábia Saudita, Bangladesh, China, Coreia do Norte, Cuba, Egito, Eritreia, Iêmen, Índia, Irã, Iraque, Laos, Maldivas, Myanmar (antiga Birmânia), Nigéria, Paquistão, Somália, Sudão, Uzbequistão e Vietnã".

Nas Américas, os problemas estão mais focados no embate político entre iniciativas governamentais/estatais e as demandas da hierarquia católica, pois há cada vez mais iniciativas que não reconhecem as ligações histórico-culturais entre o catolicismo e a maioria das nações da região. Aí entram as estratégias para legalizar amplamente o aborto e reconhecer legalmente a união civil entre casais do mesmo sexo, por exemplo. Também há o problema do assassinato de muitos padres católicos, especialmente no Brasil e na Colômbia, embora também haja episódios registrados no México e outros países.

Na África há dois cenários distintos. No Norte e Oriente Médio, o grupo de países com maioria muçulmana apresenta problemas, motivados especialmente por políticas, legislações e mentalidade hostis generalizadas entre a maioria dos habitantes. Nesse sentido, os cidadãos plenos de direitos são aqueles que professam a religião dominante. Já as minorias, na melhor das hipóteses, são toleradas ou consideradas um perigo para a estabilidade social. Iraque, Irã, Arábia Saudita e Iêmen são os países em que o cenário de restrição da liberdade religiosa é mais preocupante. Enquanto isso, no Centro e no Sul, com raras exceções, a situação não apresenta problemas particulares. A maioria dos conflitos que geram situações trágicas surge devido a causas econômicas, morais e políticas.

Na Ásia, as diferentes condições religiosas, políticas e étnicas também produzem contextos distintos. Na região Oriental,além da proximidade física, os países também partilham da mesma base ideológica. A liberdade religiosa limitada acontece não devido à maioria religiosa intolerante, mas porque todos são regimes inspirados na escola de pensamento comunista, como, por exemplo, China, Laos, Mianmar e a República Popular Democrática da Coreia. Já o Centro e o Sul apresentam problemas com diferentes graus de variedade, tanto no que diz respeito à liberdade religiosa quanto aos direitos humanos, como é o caso do Uzbequistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Turcomenistão. Os países da região que apresentam com mais intensidade uma crescente violência com base religiosa e étnica são Bangladesh, Paquistão e Índia.

Na Europa, mais propriamente na região Ocidental,há situações semelhantes que derivam de problemas causados pela imigração islâmica e, também, da mentalidade secularista que se manifesta através de atitudes anticristãs, provenientes até mesmo de instituições europeias. Podem ser destacados os recentes casos da Espanha – o secularismo agressivo resulta em leis que questionam a presença de símbolos religiosos em locais e edifícios públicos, e há também as polêmicas aulas de "Educação para a Cidadania", a Lei dos Cultos e a sobre objeção de consciência –, Bélgica – incluindo buscas na sede da Conferência Episcopal – e Itália – uma sentença da Corte Europeia dos Direitos Humanos proibiu a exibição de crucifixos na sala de aula, mas o governo italiano recorreu. Por outro lado, o cenário de secularismo tem se abrandado na França, a situação é tranquila e melhora na Hungria, Grécia e Rússia.

Fonte: Canção Nova
Leia Mais

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Deus não nos abandona, nunca estamos sozinhos, diz Bento XVI

O Papa Bento XVI participou de um almoço com os pobres atendidos pelas comunidades romanas das Missionárias da Caridade neste domingo, 26, por ocasião do centenário de nascimento da Beata Madre Teresa de Calcutá. O encontro aconteceu no átrio da Sala Paulo VI, no Vaticano, às 10h (horário de Brasília – 13h em Roma).

Ele recordou que o Natal enche os corações de alegria e paz, e que Deus se fez homem para mostrar o quanto nos quer bem e nos ama.

"Deus tornou-se um de nós para fazer-se próximo a cada um, para vencer o mal, para libertar-nos do pecado, para dar-nos esperança, para dizer-nos que nunca estamos sozinhos. Nós podemos sempre dirigir-nos a Ele, sem medo, chamando-o de Pai, seguros de que, em todo o momento, em toda a situação da vida, também nas mais difíceis, Ele não nos abandona", salientou.

O Pontífice convidou cada um dos presentes a permitir que a luz do Menino Jesus ilumine a vida e transforme-a em luz, como se pode perceber de modo especial na vida dos santos. En seguida, recordou o testemunho da Beata Teresa de Calcutá, um reflexo do amor de Deus na noite humana do sofrimento.

"Celebrar 100 anos do seu nascimento é motivo de gratidão e reflexão para um renovado e alegre compromisso no serviço do Senhor e dos irmãos, especialmente dos mais necessitados. A quem se pergunta o porquê de Madre Teresa ter se tornado assim tão famosa, a resposta é simples: porque viveu de modo humilde e escondido, por amor e no amor de Deus. Ela mesma afirmava que o seu maior prêmio era amar Jesus e servi-Lo nos pobres".

Por fim, o Santo Padre agradeceu a presença e o trabalho missionário dos consagrados na Congregação fundada por Madre Teresa. "Ao homem, frequentemente em busca de felicidades ilusórias, o vosso testemunho de vida diz onde se encontra a verdadeira alegria: no compartilhar, no dar, no amar com a mesma gratuidade de Deus, que rompe a lógica do egoísmo humano", disse.

O almoço contou com a presença de cerca de 350 pessoas atendidas pelos Centros de Acolhida da Congregação em Roma, além de 150 Irmãs, Irmãos contemplativos, Sacerdotes e seminaristas. Também estiveram presentes a Superiora Geral das Irmãs Missionárias da Caridade, Ir. Mary Prema Pierick; o cofundador e Superior Geral dos Irmãos contemplativos, Ir. Sebastian Vazhakala; o Superior Geral dos Sacerdotes Missionários da Caridade e Postulador da Causa de Canonização da Beata Teresa de Calcutá.

Na quarta-feira, 5 de janeiro, às 14h (horário de Brasília – 17h em Roma), o Papa fará uma visita às crianças internadas no Policlínico Gemelli de Roma. O encontro acontece na véspera da Epifania. Na oportunidade, Bento XVI abençoará um centro de tratamento para crianças com espinha bífida e participará na distribuição de presentes aos jovens pacientes.

Fonte/Foto: Canção Nova/AP
Leia Mais

Novos horários no verão

Durante o período de 08/01 (2º fim de semana de janeiro) à 13/03 (fim de semana após o carnaval) nossa paróquia fará algumas alterações nos horários das missas dominicais nas comunidades. Alguns horários como os da Matriz não serão alterados, mas nas outras o horário foi adaptado conforme a realidade de cada localidade.

À você, irmão turista que não sabe onde se localizam nossas comunidades, aqui em nosso site, na página "Igrejas" nós disponiblizamos um mapa com a localização de todas as capelas.


Leia Mais

domingo, 26 de dezembro de 2010

Amor do pai e da mãe é essencial para a criança, diz Papa

No dia em que a Igreja celebra a festa da Sagrada Família, o Papa reuniu-se com os fiéis na Praça de São Pedro para a tradicional oração mariana do Angelus, neste domingo, 26.

"Disso necessitam as crianças: do amor do pai e da mãe. É isso que lhes dá segurança e que, no crescimento, permite a descoberta do sentido da vida", ressaltou.

O encontro com os peregrinos aconteceu a partir da janela de seu escritório particular no Palácio Apostólico Vaticano, às 9h (no horário de Brasília - 12h em Roma).

O Pontífice destacou que a narração do Evangelho segundo Lucas (2, 16) - sobre como os pastores de Belém, após receberem o anúncio do anjo, encontraram Maria e José, com Jesus deitado na manjedoura - indica que as primeiras testemunhas oculares do nascimento do Senhor se depararam exatamente com a cena de uma família: mãe, pai e filho recém-nascido.

O Papa recordou ainda que o nascimento de toda a criança traz consigo algo deste mistério:

"Com efeito, os seres humanos vivem a procriação não como mero ato reprodutivo, mas ali percebem a riqueza, intuem que toda a criatura humana que surge na terra é 'sinal' por excelência do Criador e Pai que está nos céus. Quanto é importante, então, que toda a criança, vindo ao mundo, seja acolhida pelo calor de uma família! Não importam as comodidades exteriores".

Por fim, Bento XVI disse que a Sagrada Família é singular, irrepetível, "mas, ao mesmo tempo, é 'modelo de vida' para toda a família".

A liturgia prevê a celebração desta festa no primeiro domingo após o Natal, o que, neste ano, aconteceu exatamente um dia depois, prevalecendo sobre a festa do protomártir Santo Estevão, também marcada para esta data.

Fonte: Canção Nova
Leia Mais

Visita virtual em 3D à Capelas e Basílicas no Vaticano

Agora não é mais necessário viajar até Roma para entrar nas belas e históricas Capelas e Basílicas papais. Com um clique você pode conhecer tudo, cada detalhe e em 3D. Essa é uma grande novidade que o site da Santa Sé oferece a todos os cristãos. É uma oportunidade sem igual conhecer as principais e mais antigas igrejas do mundo.

Clique nos links abaixo, aguarde
o carregamento  e contemple
as belas imagens:

Ainda é possível acessar e visualizar outras Igrejas, é só acessar o site que a Santa Sé criou especialmente para o acesso virtual à suas capelas e basílicas. Para acessar, clique aqui.
Leia Mais

sábado, 25 de dezembro de 2010

Mensageira de Dezembro na mão dos leitores

Está fresquinha a 23ª edição do nosso jornal Mensageira da Serra, que começou a ser distribuído nesta semana. Neste mês a capa é especial e vem trazendo a natividade do menino Jesus, fonte da vida cristã.

Clique no link abaixo e acesse o
Mensageira Digital

Mensageira Digital :: Edição 23 :: Dez/10

Ao folhear nosso jornal nossos leitores encontrarão a mensagem do nosso querido Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz, as palavras de nosso bispo auxiliar Dom Roberto e de nosso pároco Pe Zito. Dicas de como curtir o verão com saúde. Notícias de nossa paróquia. Mais uma vez nosso jornal está recheado de conteúdo de formação para o cristão.

Por isso não deixe de pegá-lo no fim das missas. E não se esqueça, a Mensageira agora pode ser acessada pela internert, e a edição deste mês já está no Mensageira Digital. É só acessar e de onde estiver pode ler e folher o nosso jornal com conteúdo cristão de qualidade.

Clique no link abaixo e acesse o Mensageira Digital
Leia Mais

Mensagem de Natal do Pe Zito no YouTube

Sob as bênçãos do menino Jesus nossa Paróquia deu início neste Natal a mais uma fase de sua comunicação: o canal de vídeo. É mais um recurso da comunicação que agora está a disposição do anúncio do evangelho em nossa comunidade paroquial.

Para abrir com chave de ouro nosso querido pároco, Pe Zito, deixou uma bela mensagem de fé, esperança e paz, para todos os nossos paroquianos e visitantes, que acessam nossos meios de comunicação.

A partir de agora estaremos sempre postando novos vídeos, por isso nunca deixe de acessar o nosso canal de vídeo, o endereço é este: www.youtube.com/pnsranazareth

Veja a Mensagem de Natal do Pe Zito


Veja esse vídeo no YouTube é só clicar AQUI
Leia Mais

Paróquia celebra o nascimento do menino Jesus

A Igreja do mundo inteiro está em festa, nasceu para nós o Salvador. A 2010 anos atrás os anjos anunciavam aos pastores a alegria do nascimento do Rei, com seu "Glória" se alegravam e bendiziam a Deus por sua bondade ao dar de presente para a humanidade seu filho.

Acesse mais do Natal em nossa Paróquia:

Nessa alegria nossa Paróquia também celebrou o nascimento de Jesus. Na noite do dia 24, véspera da natividade, nosso pároco, Pe Zito, presidiu solenemente a Missa do Galo na Igreja Matriz Nossa Senhora de Nazareth. Logo na procissão de entrada convidou todas as crianças para entrar junto com o menino Jesus na procissão de entrada.

Em suas palavras nos lembrou da importância da entrada do menino Jesus no tempo. O mesmo menino que anos mais tarde iria buscar a nossa salvação. Ressaltou a importância de assim como a manjedoura de belém deve estar o nosso coração, pronto para acolher a graça e os caminhos do Senhor. Segundo nosso pároco "...natal é sinônimo de esperança e de paz para a humanidade. Que maravilha seria se todos hoje pudessem dar glórias à Deus assim como os anjos aos pastores."

No fim ainda nos fez um convite, pedindo que todos quando estivessem reunidos à mesa, procurassem rezar à Deus, pedindo sempre pela paz, rezando pelos pobres e oprimidos, mantendo e revivendo assim o verdadeiro espírito do Natal em nossos corações e em nossas famílias. Ao encerrar a missa benzeu o presépio montado da na Igreja Matriz e foi até a porta abraçar a cada irmão presente.

Hoje, celebrando o dia de Natal, nosso pároco esteve às 8h na Comunidade de São Lourenço em Jaconé. Logo após, às 10h, na Comunidade de São João no Centro. E às 19h presidiu solenemente na Igreja Matriz.

Acesse mais do Natal em nossa Paróquia:

.:Veja Mensagem de Natal do Pe Zito
.:Veja as fotos do Natal em nossa Paróquia

Encenação de Natal emocionou a todos 

Antecedendo a missa do dia 24 o ministério teatral de nossa comunidade, recém criado, com jovens de diversas comunidades, emocionou a todos com a encenação do natal do Senhor. Na peça os evangelhos foram relatados desde a anunciação do Senhor, passando pela visita à Isabel, o recenseamento decretado e por fim o nascimento do Cristo.

Os atores, jovens de nossa paróquia, que se preparam e se entregaram a seus papéis representaram muito bem todo o contexto histórico, recebendo muitos elogios e aplausos. Ressaltamos também a belíssima participação do menino Jesus, tão lindo, filho de nossa irmã Nívea e do irmão Arley, que encantou a todos com seu choro, na pureza de uma criança.
Leia Mais

Urbi et Orbi: Deus está perto de nós, tem o rosto de Jesus

"Deus não está longe: está perto. [...] Não é um desconhecido: tem um rosto, o rosto de Jesus", disse Bento XVI aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, por ocasião da Mensagem de Natal com a bênção Urbi et Orbi [Sobre a cidade de Roma e o Mundo].

O encontro aconteceu às 9h (horário de Brasília - 12h em Roma) e o Pontífice concedeu a bênção em 65 línguas, a partir do Balcão central da Basílica de São Pedro.

De acordo com o Santo Padre, "trata-se de uma mensagem sempre nova, que não cessa de surpreender, porque ultrapassa a nossa esperança mais ousada", especialmente por não ser apenas anúncio, mas acontecimento.

Frente à afirmação do Evangelho de São João - "O Verbo fez-Se carne" (Jo 1, 14) -, o Pontífice lembra uma pergunta feita com frequência.

"Como pode a Palavra eterna e onipotente tornar-se um homem frágil e mortal? Só há uma resposta possível: o Amor. Quem ama quer partilhar com o amado, quer estar-lhe unido, e a Sagrada Escritura apresenta-nos precisamente a grande história do amor de Deus pelo seu povo, com o ponto culminante em Jesus Cristo".

No entanto, apenas consegue perceber a luz desta verdade quem se dispõe a viver a experiência da fé. "A luz desta verdade manifesta-se a quem a acolhe com fé, porque é um mistério de amor. Somente aqueles que se abrem ao amor, são envolvidos pela luz do Natal. [...] Se a Verdade é Amor, requer a fé, o 'sim' do nosso coração", ressaltou.

O Papa também recordou que Deus não muda, é fiel a si mesmo, é Amor, desde sempre e para sempre. O mistério do Natal é luz para o caminho coletivo da humanidade, uma espécie de fermento para a história, sem o qual definharia a força que faz avançar o verdadeiro progresso e o compromisso com a justiça e bem comum.

"Acreditar em Deus, que quis compartilhar a nossa história, é um constante encorajamento a comprometer-se com ela, inclusive no meio das suas contradições".

Ao final de sua mensagem, o Bispo de Roma lembrou os conflitos entre israelitas e palestinos, os sofrimentos dos cristãos iraquianos, as calamidades que assolam o Haiti, bem como as recentes intempéries que se abateram sobre a Colômbia, Venezuela, Guatemala e Costa Rica. As populações da Somália, Darfour e Costa do Marfim, Madagáscar, Afeganistão e Paquistão, Nicarágua, Costa Rica e Península Coreana, bem como os fiéis da Igreja na China continental, também foram recordados pelo Pontífice.

"O amor do 'Deus conosco' dê perseverança a todas as comunidades cristãs que sofrem discriminação e perseguição, e inspire os líderes políticos e religiosos a empenharem-se pelo respeito pleno da liberdade religiosa de todos", concluiu.

Fonte/Foto: Canção Nova/AP
Leia Mais

Homem pode ser imagem de Deus, diz Papa na Missa do Galo

O Papa presidiu a tradicional Missa da Noite do Natal do Senhor - conhecida como Missa do Galo - às 19h (no horário de Brasília - 22h em Roma) desta sexta-feira, 24, na Basílica de São Pedro.

"O homem pode ser imagem de Deus, porque Jesus é Deus e Homem, a verdadeira imagem de Deus e do homem", disse durante a homilia.

O Papa começou sua reflexão a partir de um trecho do Salmo segundo - "Tu és meu filho, Eu hoje te gerei" -, usado na cerimônia da coroação do rei de Israel. Bento XVI afirmou que se tornar rei é uma espécie de novo nascimento, ao mesmo tempo que constitui uma esperança.

"Na noite de Belém, esta palavra profética realizou-se de um modo que, no tempo de Isaías, teria ainda sido inimaginável. Sim, agora Aquele sobre cujos ombros está o poder é verdadeiramente um menino. N’Ele aparece a nova realeza que Deus institui no mundo. Este menino nasceu verdadeiramente de Deus. É a Palavra eterna de Deus, que une mutuamente humanidade e divindade. [...] Precisamente na fragilidade de menino que é, Ele é o Deus forte e assim nos mostra, face aos pretensiosos poderes do mundo, a fortaleza própria de Deus".
De acordo com o Santo Padre, o modo como Deus cumpriu a Palavra é imensamente maior e mais humilde do que a profecia poderia intuir.

"Fica superada a distância infinita entre Deus e o homem. Deus não Se limitou a inclinar o olhar para baixo, como dizem os Salmos; Ele 'desceu' verdadeiramente, entrou no mundo, tornou-Se um de nós para nos atrair a todos para Si", ressaltou.

Como menino, Deus torna-se uma espécie de mendigo por nosso amor e infunde paz em nossos corações. "Senhor, realizai totalmente a vossa promessa. [...] Nós Vos agradecemos pela vossa bondade, mas pedimos-Vos também: mostrai a vossa força. Instituí no mundo o domínio da vossa verdade, do vosso amor", rezou o Papa.

Primogênito, graça e liberdade

"Maria deu à luz o seu filho primogênito" (Lc 2, 7).
O Bispo de Roma lembrou que, de acordo com a tradição da Sagrada Escritura, "primogênito" não significa o primeiro de uma série de filhos. "É um título de honra, independentemente do fato se depois se seguem outros irmãs e irmãs ou não. [...] O primogênito pertence a Deus de modo particular, é por assim dizer destinado ao sacrifício. No sacrifício de Jesus na cruz, realiza-se de uma forma única o destino do primogênito. Em Si mesmo, Jesus oferece a humanidade a Deus, unindo o homem e Deus de uma maneira tal que Deus seja tudo em todos", explicou.

"Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens que Ele ama" (Lc 2, 14), conclui o Evangelho do Natal, citando o louvor de uma multidão de anjos a Deus. Nesse sentido, o Sucessor de Pedro salientou:

"A manifestação da beleza, do belo, torna-nos felizes sem que devamos interrogar-nos sobre a sua utilidade. A glória de Deus, da qual provém toda a beleza, faz explodir em nós o deslumbramento e a alegria. Quem vislumbra Deus, sente alegria; e, nesta noite, vemos algo da sua luz".

Acerca de duas traduções utlizadas sobre outro trecho da mensagem dos anjos na noite santa - "Paz aos homens que Ele ama"; "Paz aos homens de boa vontade" -, o Pontífice indicou que ambas devem ser lidas em conjunto, pois o agir não é exclusivo de Deus, e tampouco a resposta humana é moralizante, como se se pudesse redimir por si própria.

"As duas coisas andam juntas: graça e liberdade; o amor de Deus, que nos precede e sem o qual não O poderemos amar, e a nossa resposta, que Ele espera e até no-la suplica no nascimento do seu Filho. O entrelaçamento de graça e liberdade, o entrelaçamento de apelo e resposta não podemos dividi-lo em partes separadas uma da outra. Ambas estão indivisivelmente entrançadas entre si. Assim esta frase é simultaneamente promessa e apelo", disse.

Por fim, Bento XVI afirmou que Deus nos precedeu com o dom de seu Filho e que, sempre de novo e inesperadamente, nos precede.

"Não cessa de nos procurar, de nos levantar todas as vezes que o necessitamos. Não abandona a ovelha extraviada no deserto, onde se perdeu. Deus não se deixa confundir pelo nosso pecado. Sempre de novo recomeça conosco. Todavia espera que amemos juntamente com Ele. Ama-nos para que nos seja possível tornarmo-nos pessoas que amam juntamente com Ele e, assim, possa haver paz na terra", encerrou.

Fonte/Foto: Canção Nova/AP
Leia Mais