sexta-feira, 4 de março de 2011

Estudo comprova: Papa acertou sobre prevenção à Aids

Um comportamento sexual responsável e a fidelidade ao próprio parceiro podem, sim, diminuir a incidência da Aids. De acordo com a informação defendida pela prestigiada Universidade de Harvard, esses foram os principais fatores que determinaram a fortíssima queda da incidência de Aids na nação africana do Zimbábue.

Em Zimbábue, a curva em queda em 10 anos é evidente: entre 1997 e 2007, a taxa de infecção entre a população adulta caiu de 29 para 16%. Os dados foram levantados pelo pesquisador do Departamento para a Saúde Global e População de Harvard, Daniel Halperin, que está empenhado desde 1998 em estudar as dinâmicas sociais que estão na base da difusão das doenças sexualmente transmissíveis nos países em via de desenvolvimento, que são os maiores afetados pelo flagelo da Aids.

Através de dados estatísticos e análises de campo, como entrevistas e grupos focais, Halperin conseguiu recolher testemunhos até mesmo dos bolsões mais pobres do país africano.

— A repentina e nítida diminuição anda de mãos dadas com a redução de comportamentos de risco, como relações extraconjugais, com prostitutas ou ocasionais, disse, sem hesitar, o pesquisador.

Esse estudo ora divulgado comprova o que o Papa Bento XVI afirmou, na viagem apostólica que realizou à África, em 2009, sobre o preservativo não ser a solução para a luta contra a Aids. Na época, as palavras do Pontífice foram alvo de ásperas críticas e polêmicas. Também o livro-entrevista Luz do Mundo revela a percepção do Papa, afirmada por esta nova constatação científica: "os profiláticos estão à disposição em todos os lugares, mas somente isso não resolve a questão".

O estudo em questão foi publicado em PLoSMedicine.org e é financiado pela agência estadounidense para o Desenvolvimento internacional, da qual Halperin já foi conselheiro, e pelo Fundo das Nações Unidas para a População e o Desenvolvimento. Por meio desse estudo, o pesquisador questiona as políticas até agora adotadas pelas principais agências de luta contra a Aids nos países em vias de desenvolvimento.

— A inversão dos comportamentos sexuais da população do Zimbábue foi auxiliada por programas de prevenção nos mass media e por projetos formativos promovidos pelas igrejas e confissões religiosas, relatou.

De acordo com o pesquisador, essas intervenções são propriamente culturais, com resultados mais distantes no tempo. No entanto, são mais incisivas e duradouras que a prática da distribuição de profiláticos, como a camisinha, que se apresenta como ineficaz.

Segundo o estudo de Halperin, é preciso "ensinar a evitar a promiscuidade e promover a fidelidade".


Fonte: Arquidiocese.org.br (Arquidiocese do Rio de Janeiro)

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