quarta-feira, 23 de março de 2011

Palavra de Deus produz transformação que leva à santidade, diz Papa

O Papa Bento XVI falou sobre o italiano São Lourenço de Brindes, frade capuchinho e Doutor da Igreja, na Catequese desta quarta-feira, 23.

O Pontífice destacou que toda a atividade apostólica de São Lourenço foi inspirada por um grande amor pela Sagrada Escritura, "pela convicção de que a escuta e o acolhimento da Palavra de Deus produz uma transformação interior que nos conduz à santidade", afirmou.

"São Lourenço de Brindes ensina-nos a amar a Sagrada Escritura, a crescer na familiaridade com ela, a cultivar cotidianamente o relacionamento de amizade com o Senhor na oração, para que toda a nossa ação, toda a nossa atividade tenha n'Ele o seu início e a sua realização. É essa a fonte a se buscar, a fim de que o nosso testemunho cristão seja luminoso e capaz de conduzir os homens do nosso tempo a Deus", ressaltou.

Bento XVI destacou que os Capuchinhos e outras Ordens religiosas contribuíram para a renovação da vida cristã nos séculos XVI e XVII. "Também hoje a nova evangelização tem necessidade de apóstolos bem preparados, zelosos e corajosos, para que a luz e a beleza do Evangelho prevaleçam sobre as orientações culturais do relativismo ético e da indiferença religiosa e transformem os diversos modos de pensar e de agir em um autêntico humanismo cristão", indicou.

Em meio a todos os trabalhos que desempenhava em sua Congregação, São Lourenço cultivava uma vida espiritual de grande fervor, especialmente na celebração da Santa Missa. Nesse ponto, o Santo Padre fez menção especial aos sacerdotes: "Na escola dos santos, todo o presbítero, como tantas vezes foi sublinhado durante o recente Ano Sacerdotal, pode evitar o perigo do ativismo, isto é, de agir esquecendo as motivações profundas do ministério, somente se busca cuidar da sua vida interior".

A vida de São Lourenço também oferece um exemplo no que concerne ao diálogo ecumênico e inter-religioso. O santo era grande conhecedor da literatura rabínica e era capaz de explicar de modo exemplar a doutrina católica também aos cristãos que, sobretudo na Alemanha, haviam aderido à Reforma.

"O sucesso de que Lourenço gozava nos ajuda a compreender que também hoje, ao levar adiante com tanta esperança o diálogo ecumênico, a relação com a Sagrada Escritura, lida na Tradição da Igreja, constitui um elemento irrenunciável e de fundamental importância, como desejei recordar na Exortação Apostólica Verbum Domini (n. 46)", afirmou o Papa.

São Lourenço também teve atuação marcante na busca pela paz, desempenhando missões diplomáticas para dirimir controvérsias e favorecer a concórdia entre os Estados Europeus, ameaçados naquele tempo pelo Império Otomano. "A autoridade moral de que gozava o tornava conselheiro procurado e escutado. Hoje, como nos tempos de São Lourenço, o mundo tem necessidade de paz, tem necessidade de homens e mulheres pacíficos e pacificadores. Todos aqueles que creem em Deus devem ser sempre fontes e agentes de paz".

Maria e o Espírito Santo foram temas contemplados pelos estudos e meditações deste Doutor da Igreja, que colocou em evidência o papel único da Virgem Maria, sobre a qual afirma com clareza a Imaculada Conceição e sua cooperação na obra de redenção realizada por Cristo

"Com fina sensibilidade teológica, Lourenço de Brindes evidenciou também a ação do Espírito Santo na existência do fiel. Ele recorda-nos que, com os seus dons, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade ilumina e ajuda o nosso compromisso de viver alegremente a mensagem do Evangelho", apontou o Bispo de Roma.

São Lourenço de Brindes
Nasceu em 1559, em Brindes, na Itália. Viveu entre dois séculos, o XVI e o XVII. Ficou órfão de pai aos sete anos, quando foi confiado pela mãe aos cuidados dos frades Conventuais da sua cidade. "Alguns anos depois, no entanto, transferiu-se com a mãe para Veneza, e exatamente em Vêneto conheceu os capuchinhos", explica Bento XVI. Em 1575, Lourenço, com a profissão religiosa, torna-se frade capuchinho, e, em 1582, foi ordenado sacerdote.

Tinha grande facilidade no aprendizado de línguas, razão pela qual pôde desenvolver um intenso apostolado junto a diversas categorias de pessoas. No interior da Ordem dos Capuchinhos, foi professor de teologia, mestre de noviços, diversas vezes ministro provincial e definidor geral, e, enfim, ministro geral de 1602 a 1605.

Foi encarregado de diversas missões diplomáticas, numa das quais concluiu a sua vida terrena, em 1619, em Lisboa, para onde havia se dirigido junto ao rei da Espanha, Filipe III, para defender a causa dos súditos napolitanos perseguidos pelas autoridades locais. Foi canonizado em 1881 e, por motivo de sua vigorosa e intensa atividade, da sua ciência vasta e harmoniosa, mereceu o título de Doctor apostolicus, “Doutor apostólico”, da parte do Beato Papa João XXIII, em 1959, por ocasião do quarto centenário de seu nascimento.

A audiência
O encontro do Bispo de Roma com os cerca de 10 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro aconteceu às 6h30 (horário de Brasília - 10h30 em Roma). O Papa continua uma breve série de encontros para completar a apresentação dos Doutores da Igreja, no contexto de Catequeses dedicadas aos padres da Igreja e grandes figuras de teólogos e mulheres da Idade média.
Na saudação aos fiéis de língua portuguesa, o Papa salientou:
"a todos saúdo e dou as boas-vindas a esta Audiência! São Lourenço de Brindes nos ensina como a familiaridade com a Bíblia e a oração são essenciais para que todas as nossas ações tenham o seu início e cumprimento em Deus. Possa este ser o fundamento do vosso testemunho cristão no mundo de hoje. Que Deus vos abençoe!".

Fonte: Canção Nova
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Nota da CNBB em defesa da Lei Maria da Penha

“Deus os criou homem e mulher” (Gn1,27).

Nós, Bispos do Conselho Episcopal de Pastoral, reunidos em Brasília, nos dias 21 e 22 de março de 2011, manifestamos apoio à mobilização nacional em defesa da Lei Maria da Penha, sancionada pelo Presidente da República no dia 07 de agosto de 2006. Após cinco anos de vigência, a lei recebeu grande apoio da sociedade e merece ampliar seu alcance, assegurando todos os mecanismos e instrumentos nela previstos de modo que todas as mulheres vítimas de violência tenham seus direitos e sua cidadania garantidos.

A Lei representa uma grande conquista para as mulheres brasileiras, pois incorporou o avanço legislativo internacional e se transformou no principal instrumento legal no enfrentamento da violência doméstica contra a mulher no Brasil, inclusive com reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU), como uma das melhores legislações do mundo.

As estatísticas, no entanto, revelam que o país ocupa a 12ª posição no ranking mundial de homicídios femininos (Mapa da violência - 2010, Datasus). No período de 1997 a 2007, 10 mulheres foram assassinadas por dia no Brasil. Isso merece nosso repúdio e indignação.

São, portanto, motivo de preocupação as interpretações restritivas e as tentativas de revisão dos artigos 16 e 41 da lei que diminuem sua eficácia e representam um significativo retrocesso na sua implementação e aplicabilidade. Tais restrições acarretam menor punição aos agressores, aumento do arquivamento dos processos, o desestímulo das mulheres em denunciar e exigir prosseguimento das investigações.

A Lei Maria da Penha é instrumento que levou a sociedade a realizar ações positivas no enfrentamento dos atos de violência contra a mulher. Cabe aos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo cuidar pela sua manutenção tal como aprovada, não permitindo nenhum tipo de retrocesso ou omissão.

A Igreja, comprometida na defesa dos Direitos Humanos, manifesta-se, mais uma vez, a favor do respeito à dignidade da mulher, incentiva os esforços de instituições e da sociedade na luta pela superação de todo e qualquer tipo de violência, possibilitando a construção de uma cultura de paz no ambiente familiar e social.

Brasília-DF, 22 de março de 2011.

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manus
Vice-presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB




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Quem quer conhecer Deus deve contemplar face de Jesus, diz Papa

Na manhã deste domingo, 20, o Papa Bento XVI fez uma visita pastoral à Paróquia de São Corbiniano, em Roma, onde celebrou a Missa do segundo Domingo da Quaresma e de dedicação da nova igreja local.

Em sua homilia, o Santo Padre iniciou falando sobre dois pontos importantes a serem destacados neste dia: a Transfiguração de Jesus no Monte Tabor e a Igreja, como edifício e, sobretudo, como comunidade.

Ao comentar sobre as revelações de Deus feitas a Moisés e Elias, Bento XVI explica que, diferentemente destes dois, Jesus, em sua Transfiguração, não recebe uma revelação de Deus, mas sim é Nele mesmo que Deus se revela e revela a sua face aos apóstolos.

"Quem quer conhecer a Deus, deve contemplar a face de Jesus, a sua face transfigurada: Jesus é a perfeita revelação da santidade e da misericórdia do Pai", acrescenta Bento XVI, ao indicar que o caminho para acolher a face de Cristo e sua misericórdia é através da escuta da Sua Palavra, da participação na Eucaristia e no exercício da caridade.

Antes do segundo ponto do discurso, a Igreja, o Pontífice expressou sua alegria em celebrar na Paróquia de São Corbiniano, pois o santo foi fundador da Diocese de Frisinga, na Baviera, da qual Bento XVI foi bispo por quatro anos.

O Papa contou ainda, em sua homilia, como o seu ministério episcopal está ligado a São Corbiniano:

"No meu brasão episcopal, eu quis inserir um elemento que está estreitamente associado à história deste santo: O urso. Um urso, assim se narra, havia despedaçado o cavalo de Corbiniano, que o estava conduzindo a Roma. Ele o reprovou asperamente, conseguiu amansá-lo e colocou toda a sua bagagem que, até aquele momento estava sobre o cavalo. O urso transportou aquela bagagem até Roma e somente aqui o santo o deixou livre para ir embora".

Em seguida, Santo Padre dirigiu uma calorosa mensagem aos jovens, casais, anciâos e todos os membros da comunidade local, exortando-os a darem seu testemunho de cristãos coerentes e fiéis, a se reunirem para a oração e os Sacramentos, para a formação cristã e para estabelecerem relações de amizade de fraternidade.

Especialmente aos jovens, o Papa quis deixar uma palavra de "afeto e amizade", conforme disse, e os confirmou na missão de zelar pelo hoje e pelo amanhã da comunidade eclesial e civil. "A Igreja espera muito do vosso entusiasmo, da vossa capacidade de olhar à frente e do vosso desejo de radicalidade nas escolhas da vida", enfatizou.

Fonte: Canção Nova
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Decisão judicial, segurança jurídica e a lei da ficha limpa

Depois da coleta de mais de um milhão de assinaturas de cidadãos, depois da aprovação amplamente majoritária na Câmara Federal, depois da aprovação unânime no Senado da República, depois da sanção sem retardamento nem vetos pelo Poder Executivo, depois da aplicação generalizada pelos Tribunais Regionais Eleitorais, depois de confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral, depois de aplicada por decisão do Supremo Tribunal Federal e, o que é mais significativo, depois da aprovação generalizada em todos os níveis e segmentos da opinião pública nacional, a lei da ficha limpa vai ser submetida a mais um desafio.

A apreciação de mais um recurso na Corte Constitucional, agora funcionando com sua composição integral de onze ministros – anteriormente eram dez - abre a possibilidade para que possa ocorrer seja a confirmação da decisão anterior, aplicando-se a lei da ficha limpa às eleições do ano passado, seja sua modificação, deixando-se para aplicá-la apenas nas eleições de 2012. Neste caso, resultará que aqueles que foram considerados inelegíveis nas eleições do ano passado, se transformarão em candidatos elegíveis e poderão ser considerados eleitos.

Esta última alternativa induvidosamente representará uma contra-marcha na luta pela lisura eleitoral. A consciência ética brasileira, através de seus organismos mais significativos, aqui incluída a CNBB, saudou a mencionada lei como um valioso instrumento de aperfeiçoamento das instituições e da credibilidade dos representantes da soberania popular.

Uma primeira apreciação na Corte Constitucional apresentou um empate. Houve enorme apreensão sobre o futuro da lei. Venceu, porém, a certeza de que ela era instrumento legítimo a ser aplicado às eleições de 2010.

O que se espera, agora, quando circunstâncias aleatórias podem afetar a decisão que se formou, é que seja preservado o princípio da segurança jurídica, pedra angular de um Estado Democrático de Direito como se costuma qualificar a nossa formação histórica, política e social.

A estabilidade das relações jurídicas é elemento essencial à estabilidade democrática. As regras da convivência social devem ser aceitas e respeitadas.

Com a aprovação, em todas as instâncias a que foi submetida, a lei da ficha limpa já é hoje um patrimônio ético da soberania popular e da sociedade brasileira. Precisa ser defendida e preservada como símbolo de um corpo social onde reine a justiça e a paz.

Dom Dimas Lara Barbosa
Secretário Geral da CNBB
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Bento XVI medita sobre santos que foram colunas da Igreja

O quinto dia de exercícios espirituais da Quaresma no Vaticano tem em seu programa central a meditação daqueles que são considerados colunas do cristianismo: São Tomás de Aquino, Santa Catarina de Siena e Joana D'Arc.

O Papa Bento XVI e a Cúria Romana refletem primeiramente, nesta quinta-feira, 17, sobre os pensamentos de São Tomás de Aquino, “doutor da ciência da fé e da teologia da luz”, explica o Secretário Prelado da Pontifícia Academia de Teologia, padre François-Marie Léthel.

A segunda reflexão é dedicada à Santa Caterina de Sena, “doutora do Corpo e Sangue de Cristo”, que se empenhou na reforma daquela que com amor definia como “Doce Esposa”, a Igreja. Com esta santa importante da história da Igreja aprendemos, segundo Bento XVI, a “ciência mais sublime: conhecer e amar Jesus Cristo e sua Igreja”.

“A paixão de Santa Joana D'Arc na Igreja Sancta simul et semper purificanda (Lumen Gentium, n.8)” é o título da terceira meditação desta quinta-feira.

Fonte: Canção Nova
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Página de JPII no Facebook tem mais de 2 milhões de acessos

A página sobre João Paulo II criada, pelo Vaticano, no Facebook já recebeu mais de dois milhões de visitas na primeira semana em que foi lançada.

Os números mostram que a página recebe uma média de mil visitas por hora. Mais de 30 mil usuários clicaram em "eu curto" - termo com o qual os fãs dão sua aprovação e, praticamente, todos os vídeos publicados foram vistos mais de 50 mil vezes, alguns chegaram a 113 mil.

O porta-voz do Vaticano e diretor geral da Rádio Vaticano (RV), padre Federico Lombardi, se diz "muito satisfeito" com o sucesso da página no Facebook e anunciou que outros materiais serão disponibilizados. "A partir desta semana, começarão a ser publicados vídeoclips do Papa em viagens e no Vaticano, com a sua voz em diversas línguas. São 40 vídeos com sonoras escolhidas pelas redações da RV e editados pelo Centro Televisivo Vaticano (CTV). Além destes, outros 25 expressarão momentos significativos e especiais das viagens e do Pontificado".

A página é resultado de uma colaboração entre a RV e o CTV, em sintonia com o Pontifício Conselho das Comunicações Sociais.

Fonte: Canção Nova


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quarta-feira, 16 de março de 2011

Bento XVI dedica 3º dia de retiro quaresmal à Santa Teresinha

Neste quarta-feira, 16, o Papa Bento XVI e a Cúria Roma realizam, no Vaticano, o quarto dia de exercícios espirituais. Neste dia, as meditações propostas pelo Secretário Prelado da Pontifícia Academia de Teologia, padre François-Marie Léthel, são dedicadas à Santa Teresinha do Menino Jesus, “sua nova descoberta da Misericórdia Infinita e do Amo Misericordioso, fonte de uma esperança sem limites”.

Santa Teresinha do Menino Jesus sugere uma caminhada baseada no amor e na confiança, verdadeiro caminho seguro para a santidade de todos. "A paixão de Teresa era vivida com Maria no esvaziamento pela fé para a salvação de todos os seus irmãos ateus do mundo moderno”, explica padre Lethél.

Já a meditação sobre Santo Anselmo de Cantuária, doutor da ciência da fé e da teologia da Cruz, concluirá o quarto dia de exercícios espirituais. 

O retiro no Vaticano será concluído neste sábado, 19, com a Festa de São José. Por isso, durante esta semana, todas as audiências e demais compromissos de Bento XVI foram suspensos.

Fonte: Canção Nova 
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Testemunho de JPII vinha da força da fé, diz padre Slawomir Oder

O postulador da causa de canonização do Papa João Paulo II, padre Slawomir Oder, disse, durante um encontro na Pontifícia Universidade da Santa Cruz de Roma, que o futuro beato "pronunciava as palavras de Deus com sua vida". 

Padre Oder conferiu uma palestra, no dia 9 de março, sobre a santidade de João Paulo II e assinalou que estes últimos seis anos à frente do processo de beatificação foram "a etapa mais importante de minha vida".


O Padre recordou que ele não foi o artífice da beatificação e sim as milhares de cartas que pediam este processo. "Estamos convencidos de mostrar à história os motivos pelos quais ele é santo (...). E somos muitos os que através do processo queremos conhecê-lo".


Ao afirmar que João Paulo II era fascinante, o postulador enfatizou que, mesmo em momentos de dificuldade ao final de sua vida, ele defendia a Palavra do Evangelho. "Quando não podia mais falar porque tinha perdido esta capacidade, falava com sua impotência humana, da força de sua fé emanava seu comportamento", acrescenta.



Ele explicou, ao final, que "a santidade é um processo, uma resposta que o homem dá pela graça de Deus, quem acolhe a Ele deixa transformar seu coração". "Colaborando com a graça de Deus pode-se chegar aonde eles (os santos) chegaram", concluiu.

Fonte: Canção Nova 
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Papa explica princípios da relação entre Igreja e política


O Papa Bento XVI enviou uma mensagem ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano, por ocasião do 150º aniversário de unificação política do país, que ocorre nesta quinta-feira, 17 de março. A mensagem foi entregue pelo Cardeal Tarcisio Bertone ao presidente Napolitano, na manhã desta quarta-feira, 16. 

O Bispo de Roma recordou que o Pacto Lateranense, firmado em 1929, garantiu que a Igreja continuasse a oferecer sua contribuição ao bem comum. Em fevereiro de 1984, foi concluído o Acordo de revisão desse Pacto, que assinalou a passagem para uma nova fase das relações entre Igreja e Estado na Itália.

"O Acordo, que contribuiu largamente para a delineação daquela sã laicidade que denota o Estado italiano e o seu ordenamento jurídico, evidenciou os dois princípios supremos que são chamados a presidir as relações entre Igreja e comunidade política: aquele da distinção de âmbitos e aquele da colaboração. [...] A Igreja é consciente não somente da contribuição que oferece à sociedade civil para o bem comum, mas também do que recebe da sociedade civil".

"O Cristianismo contribuiu de maneira fundamental para a construção da identidade italiana através da obra da Igreja, das suas instituições educativas e assistenciais, fixando modelos de comportamento, configurações institucionais, relacionamentos sociais; mas também mediante uma riquíssima atividade artística: a literatura, a pintura, a escultura, a arquitetura, a música. [...] Também as experiências de santidade contribuíram fortemente para construir tal identidade", salienta o Pontífice.

O Santo Padre afirma que, apesar de o Ressurgimento – movimento na história italiana que buscou unificar o país entre 1815 e 1870 – ter sido contrário à Igreja, ao Catolicismo e também à religião, por complexas razões históricas, culturais e políticas, os católicos contribuíram diretamente para a formação do Estado unitário, como foi o caso de Vincenzo Gioberti, Antonio Rosmini e Alessandro Manzoni, por exemplo.

Referindo-se à "Questão Romana" – disputa territorial ocorrida entre o governo italiano e o papado durante os anos de 1861 a 1929, que culminou na criação do Vaticano, com o estabelecimento do Tratado de Latrão durante o governo de Benito Mussolini – e aos "efeitos dilacerantes na consciência individual e coletiva dos católicos italianos", Bento XVI escreve que "nenhum conflito foi registrado no corpo social, assinalado por uma profunda amizade entre a comunidade civil e a comunidade eclesial. A identidade nacional dos italianos, tão fortemente enraizada nas tradições católicas, constitui na verdade a base mais sólida da conquistada unidade política".

Por fim, Bento XVI disse que a nação italiana sempre teve a honra e o singular privilégio de acolher a sede do Sucessor de Pedro e, portanto, o centro da catolicidade. "A comunidade nacional sempre respondeu a essa consciência expressando proximidade afetiva, solidariedade, auxílio à Sé Apostólica para a sua liberdade e para prover as condições favoráveis para o exercício do ministério espiritual do Sucessor de Pedro, que é Bispo de Roma e Primaz da Itália".

Fonte: Canção Nova 
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JMJ 2011 investe em sustentabilidade

Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Madri será um evento sustentável, respeitoso com o meio ambiente e com emissões zero de gases poluentes. 100% natural é o programa que servirá de marco a todas as atividades sustentáveis que acontecerão durante a jornada e que manifestam o compromisso de celebrar uma Jornada que não contamine o meio ambiente.

"Entregar uma Terra em boas condições às novas gerações é uma preocupação de todo o cristão, e, portanto, também da Jornada Mundial”, explica a responsável pelo projeto, Eva Latonda.

O cálculo para a devida compensação das emissões de gases – inevitáveis em eventos gigantescos como esse – será feito pela companhia Zeroemissions, com a posterior compra de créditos voluntários de carbono.

“Estamos encantados por colaborar com este projeto. Esta prática de compensação voluntária de emissões é cada vez mais usual e está marcando tendência em eventos nos quais se reúne uma grande quantidade de pessoas. Por exemplo, foi feito nas Olimpíadas de Inverno de Vancouver 2010 e nos shows do grupo U2”, complementou o diretor de Zeroemissions, Emilio Rodríguez Izquierdo.

Os créditos de carbono são um instrumento contemplado no protocolo de Kioto. Esses créditos geram-se através de projetos sustentáveis que, sem a ajuda econômica que supõe a aquisição desses créditos, não poderiam continuar. No caso da JMJ de Madrid, serão comprados créditos em cinco projetos, um em cada continente: um campo de energia eólica em Nueva Caledonia, uma mini hidráulica em Honduras, um projeto de reflorestamento na Uganda e dois projetos de recuperação de metano em aterros da China e Turquia.

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Outros exemplos de iniciativas sustentáveis sob o marco de 100% natural são: o lançamento de uma aplicação online de car pooling, que colocará em contato os jovens que venham para a Jornada de carro ou outros meios com os que buscam uma maneira de participar dos eventos mas não dispõem de transporte, para reduzir o número de veículos; a criação de uma "Ruta sostenible", desde Madri até Cuatro Vientos, para fomentar que os peregrinos se desloquem de maneira ecológica, caminhando ou de bicicleta); e a instalação de bicicletas geradoras de energia em Cuatro Vientos, para que os participantes da JMJ possam recarregar seus celulares, portáteis, reprodutores de mp4, etc.

Também foi aberto um concurso para a criação do logo de 100% natural, do qual os jovens podem participar. O prêmio será uma viagem a Roma para 2 pessoas – mais informações no site da Jornada.

Fonte: Canção Nova 
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Catequese de pessoas com deficiência é tema de encontro nacional

Com o tema “A Igreja e a Pessoa com Deficiência”, a Comissão Episcopal Pastoral para Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai realizar no próximo fim de semana, de 25 a 27 de março, o 5º Seminário Nacional de Catequese junto à Pessoa com Deficiência. O evento acontece no Centro de Pastoral Santa Fé, em São Paulo (SP).
Participarão do evento, catequistas e profissionais que trabalham com pessoas deficientes: psicólogos, pedagogos, psicopedagogos, além de religiosos, padres e leigos. A assessora do Setor Bíblico-Catequético da CNBB, irmã Zélia Maria Batista, afirmou que um dos objetivos do Seminário é resgatar a reflexão e propostas da Campanha da Fraternidade 2006, “Fraternidade e a Pessoa com Deficiência”.
“Queremos, a partir deste V Seminário, resgatar as propostas da CF-2006 que tratou das pessoas com deficiência. Vamos discutir os avanços da Igreja junto a essas pessoas e em quais pontos falta avançar, pois nós percebemos que existe ainda falta de formação de catequistas para acolher as diversas deficiências”, antecipou irmã Zélia.
A assessora afirmou ainda que o Seminário se propõe a animar, orientar e articular as ações bíblico-catequéticas desenvolvidas junto às pessoas com deficiência nos regionais da CNBB. Terá seus desdobramentos  com a publicação de um DVD com um roteiro pastoral sobre como trabalhar com pessoas com deficiência. “O Seminário vai ser desdobrado nas bases da Igreja por meio das comunidades, paróquias e dioceses espalhadas pelo Brasil. Um DVD com orientações pastorais está sendo pensado para dar continuidade ao projeto”, garantiu a assessora.
O primeiro passo a ser conquistado para evangelizar os deficientes, segundo irmã Zélia, é saber acolhê-lo na comunidade. “As pessoas ainda não sabem o que fazer com a pessoa com deficiência e, às vezes, é preciso atitudes muito simples: o gesto de uma acolhida faz a diferença, mas é preciso, mais do que isso, preparação dos catequistas. É para isso que estamos organizando este Seminário, para que depois ele tenha seus desdobramentos nas comunidades e dioceses do Brasil”, frisou a religiosa.

Catequese para pessoas com deficiência
“Levanta-te e anda” (At 3,6). O lema do Seminário é tirado do livro dos Atos dos Apóstolos e tem por objetivo mudar a situação das pessoas com deficiência a partir do convite à participação e o agir. O lema convida a sociedade a não fazer dos deficientes “coitadinhos”, mas ultrapassar as barreiras do preconceito e transformar essas pessoas em protagonistas. Para isso, o Seminário contará com palestras proferidas por pessoas com deficiência que vivem no dia a dia as dificuldades e obstáculos impostos pelos afazeres diários como também pelo preconceito instaurado na sociedade moderna. O lema do evento é um “imperativo com muitos significados: sair do conforto, curar a dor e agir, mudar a situação”.

Fonte: Canção Nova 
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sábado, 12 de março de 2011

CNBB abre a CF 2011 e recebe mensagem do Papa

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abriu na tarde da Quarta-Feira de Cinzas, a Campanha da Fraternidade 2011, “Fraternidade e a Vida no Planeta”, numa coletiva de imprensa, em Brasília. O secretário geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, e o secretário executivo da Campanha da Fraternidade, Padre Luiz Carlos Dias, apresentaram os objetivos da Campanha, destacando seus principais pontos.

Dom Dimas disse que a Campanha deste ano apresenta uma reflexão bastante ampla, refletida em dois grandes temas preocupantes: aquecimento global e mudanças climáticas. Ele acrescentou que, a partir desses pontos, a Igreja no Brasil mostra que está preocupada em discutir temas relevantes para a sociedade viver melhor.

Já o Padre Luiz Carlos Dias afirmou que um dos passos importantes da Campanha é mobilizar as pessoas em torno de políticas públicas por mudanças que favoreçam o desenvolvimento da temática proposta.

- Queremos mobilizar a sociedade para agir de forma positiva nos diversos níveis da sociedade civil e dos poderes constituídos, para a aplicação de políticas que favoreçam um planeta melhor para todos viverem, frisou o secretário da Campanha.

Código Florestal
Segundo Dom Dimas, a aprovação das mudanças no Código Florestal Brasileiro têm ocupado a pauta de preocupações da CNBB. Há um ano, o Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (Consep) emitiu uma nota em que enumera alguns itens preocupantes no texto que muda o Código.

- Tivemos, há pouco tempo, uma reunião com técnicos do Ministério do Meio Ambiente e pudemos observar o esforço que setores do Governo estão fazendo para dialogar com movimentos sociais representativos das comunidades mais vulneráveis, como quilombolas, ribeirinhos, povos indígenas, barragens. Esses movimentos todos têm procurado o Governo e a CNBB no sentido de incentivar para que não sejamos tão apressados em aprovar o novo Código Florestal, disse Dom Dimas.

Ele expressou, ainda, preocupações com o Pré-Sal e com a usina Belo Monte, que será construída no Xingu. Segundo disse, Altamira já sente o impacto da obra com a chegada em massa de novos moradores e que a cidade não tem infraestrutura para acolher a todos.

Ações concretas
Dom Dimas enumerou algumas ações concretas que a Campanha sugere nos níveis pessoal, comunitário e de governo, para a preservação do meio ambiente.

- O cidadão pode colaborar com pequenas ações e cultivar hábitos saudáveis, como a utilização de fontes renováveis de energia, como é o caso da energia solar, coleta seletiva de lixo, a própria questão do respeito com relação à água, advertiu.

O secretário disse ainda acreditar na mobilização coletiva para a mudança de comportamento e educação das pessoas para um modo de vida que favoreça a humanidade. Ele citou o caso da crise do apagão, ocorrida em 2001 e 2002 no Brasil, como exemplo de mobilização da sociedade que pode gerar conscientização e respeito para com o meio ambiente.

Mensagem do Papa para CF 2011
O Papa Bento XVI enviou ao presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, uma mensagem cumprimentando a Igreja no Brasil pela Campanha da Fraternidade, aberta na Quarta-feira de Cinzas.

Ao venerado irmão,
Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana (MG) e Presidente da CNBB

É com viva satisfação que venho unir-me, uma vez mais, a toda Igreja no Brasil que se propõe percorrer o itinerário penitencial da quaresma, em preparação para a Páscoa do Senhor Jesus, no qual se insere a Campanha da Fraternidade cujo tema neste ano é: “Fraternidade e vida no Planeta”, pedindo a mudança de mentalidade e atitudes para a salvaguarda da criação.

Pensando no lema da referida Campanha, “a criação geme em dores de parto”, que faz eco às palavras de São Paulo na sua Carta aos Romanos (8,22), podemos incluir entre os motivos de tais gemidos o dano provocado na criação pelo egoísmo humano. Contudo, é igualmente verdadeiro que a “criação espera ansiosamente a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8,19). Assim como o pecado destrói a criação, esta é também restaurada quando se fazem presentes “os filhos de Deus”, cuidando do mundo para que Deus seja tudo em todos (cf. 1Co 15,28).

O primeiro passo para uma reta relação com o mundo que nos circunda é justamente o reconhecimento, da parte do homem, da sua condição de criatura: o homem não é Deus, mas Sua imagem; por isso, ele deve procurar tornar-se mais sensível à presença de Deus naquilo que está ao seu redor: em todas as criaturas e, especialmente, na pessoa humana há uma certa epifania de Deus. “Quem sabe reconhecer no cosmos os reflexos do rosto invisível do Criador, é levado a ter maior amor pelas criaturas” (Bento XVI, Homilia na Solenidade da Santíssima Mãe de Deus, 1/1/2010). O homem só será capaz de respeitar as criaturas na medida em que tiver no seu espírito um sentido pleno da vida; caso contrário, será levado a desprezar-se a si mesmo e aquilo que o circunda, a não ter respeito pelo ambiente em que vive, pela criação. Por isso, a primeira ecologia a ser defendida é a “ecologia humana” (cf. Bento XVI, Encíclica Caritas in veritate, 51). Ou seja, sem uma clara defesa da vida humana, desde sua concepção até a morte natural; sem uma defesa da família baseada no matrimônio entre um homem e uma mulher; sem uma verdadeira defesa daqueles que são excluídos e marginalizados pela sociedade, sem esquecer, neste contexto, daqueles que perdem tudo, vítimas de desastres naturais, nunca se poderá falar de uma autêntica defesa do meio-ambiente.

Recordando que o dever de cuidar do meio-ambiente é um imperativo que nasce da consciência de que Deus confia Sua criação ao homem não para que este exerça sobre ela um domínio arbitrário, mas que a conserve e cuide como um filho cuida da herança de seu pai, e uma grande herança Deus confiou aos brasileiros, de bom grado envio-lhes uma propiciadora bênção apostólica.

Vaticano, 16 de fevereiro de 2011
Bento XVI
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sexta-feira, 11 de março de 2011

Papa expressa tristeza por tragédia no Japão

O Papa Bento XVI disse estar profundamente triste com a tragédia ocasionada pelo terremoto e tsunami que atingiram o Japão nesta sexta-feira, 11.

Em um telegrama assinado pelo Secretário de Estado, Dom Tarcísio Bertone, enviado ao presidente da Conferência Episcopal do Japão, Leo Jun Ikenaga, “Bento XVI exprime proximidade com a população atingida por estes trágicos eventos assegurando sua oração pelas vítimas e seus familiares”.

O Pontífice envia também sua benção a todos aqueles que estão empenhados nas operações de socorro.

Até o momento, foram contabilizados 110 mortos, 350 desaparecidos e 544 feridos no terremoto de 8,9 graus na escala Richter que atingiu o nordeste da ilha de Honshu, no Japão, e ocasionou também um tsunami.

Equipes de socorro provenientes de 45 países estão prontas para intervir.

Fonte: Canção Nova
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sábado, 5 de março de 2011

CNBB divulgou nota sobre os “Realities Show”

A CNBB divulgou em 17 de fevereiro uma “Nota sobre ética e programas de TV”, voltada especialmente aos “Realities Show”, dos quais o Big Brother Brasil é o mais conhecido.
Os bispos advertem para o fato de que esses programas “atentam contra a dignidade de pessoa humana, tanto de seus participantes, fascinados por um prêmio em dinheiro ou por fugaz celebridade, quanto do público receptor que é a família brasileira”. Exortam a todos “no sentido de se buscar um esforço comum pela superação desse mal na sociedade, sempre no respeito à legítima liberdade de expressão, que não assegura a ninguém o direito de agressão impune aos valores morais que sustentam a Sociedade”. Sugerem particularmente aos pais, mães e educadores que busquem através do diálogo formar nos jovens “o senso crítico indispensável e capaz de protegê-los contra essa exploração abusiva e imoral”.
Como desenvolver este “senso crítico frente a essa exploração abusiva e imoral” e colaborar “na superar este mal”?
Todo ser humano experimenta, em sua vida, um conjunto de exigências fundamentais, tais como as de felicidade, realização, amor, liberdade, justiça, etc. Estas exigências formam o verdadeiro núcleo em torno do qual construímos nossas personalidades. Na linguagem bíblica, formam o nosso “coração”. Correspondem aos desejos mais profundos de nosso ser, à “experiência elementar” que está na base de todas as nossas ações no mundo [cf. GIUSSANI, L. O senso religioso. Brasília: Editora Universa, 2010].
A compreensão desta “experiência elementar” nos fornece critérios para entender o sucesso destes “Realities Show” e discernir melhor sobre as formas pelas quais a comunidade cristã pode colaborar na superação do mal que eles representam.
Nosso coração nos pede todos os dias uma vida que vale a pena ser vivida, para que encontremos a beleza, o amor e a verdade. Pede-nos que sejamos protagonistas em nossas próprias vidas, que ajudemos a construir um mundo mais humano para nós e para os outros. Um coração jovem, mesmo que esteja em um corpo avançado em anos, nos pede para que a vida seja uma grande e deslumbrante aventura. Não perder este desejo é um grande desafio e uma grande sabedoria.
Por trás do sucesso dos “Realities Show” está justamente a frustração deste desejo, que acontece cada vez mais cedo na vida dos jovens. Eles – e não só eles – queriam viver uma existência bela e rica, mas o cotidiano parece chato e sem motivação. Gostariam de ser protagonistas na construção de um mundo melhor, mas todos os dias experimentam a impotência e a falta de perspectiva. Vivem a dolorosa frustração do tédio e da falta de uma verdadeira novidade.
Por isso, as pessoas procuram nos “Reality Show” a emoção que lhe falta no dia a dia. Lá, a realidade parece emocionante, adquire por um instante a intensidade que lhe foi roubada no cotidiano. Percebem-se impotentes no dia a dia, mas se sentem quase deuses vendo tudo que se passa com aqueles que estão na telinha da TV.
Olhando para nossa “experiência elementar” percebemos que o antídoto para esta emoção vazia, que leva nosso desejo de bem a se reduzir, que anestesia diante dos atentados contra nossa dignidade, é redescobrir toda a beleza, toda a grande e verdadeira paixão que a vida nos oferece. O cotidiano não é o lugar da mesmice de sempre, mas da grande aventura da vida.
Isso é parte do “cêntuplo aqui” do qual fala o Evangelho. Para isso nos reunimos na comunidade cristã: para nos ajudarmos a encontrar a pessoa de Cristo, para que seu amor inunde toda a nossa vida, mostrando toda a beleza, todo amor e toda a verdade para a qual fomos feitos. Este é o testemunho que recebemos de tantos amigos em nossas comunidades e que nós mesmos somos chamados a dar ao mundo.

Fonte: CatolicaNet 

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sexta-feira, 4 de março de 2011

A casa sobre a rocha

Muitas pessoas estão em busca de alternativas mais sadias
Descobrir os caminhos para a maravilhosa aventura cristã no meio do mundo é contínua provocação positiva que desejamos acolher juntos. O Cristianismo é e será sempre resposta às mais profundas inquietações do coração humano, a ser oferecida a todas as gerações através da palavra e do testemunho dos cristãos. Numa quadra da vida do mundo marcada por tantas mudanças, vale a pena ir ao encontro das perguntas feitas pelas gerações atuais, especialmente dos jovens, cujas atitudes e comportamento nos deixam desconcertados.

Há no ar um desejo de respostas objetivas às interrogações das pessoas. Com gente altamente questionadora, os raciocínios detalhados e detalhistas não conseguem ir ao cerne das questões e ao coração. Ao lado e dentro da necessária objetividade, a verdade, especialmente quando incomoda, corresponde ao desejo mais profundo do coração humano. Nas lides pastorais, ouvi recentemente um jovem reagindo à exposição dos ensinamentos da Igreja a respeito da castidade: "Ainda que nem sempre consigamos praticar o que ouvimos, dentro de nós sabemos ser este o caminho da felicidade". Mais cedo ou mais tarde, ressoa clara a voz da consciência, grito do Espírito Santo de Deus dentro de cada ser humano.

Em tempo de carnaval, vale notar que a festa em si poderia ser vivida como grande ocasião de confraternização. Entretanto, o que se assiste por aí tem quase nada de cultura, zero de qualidade musical e muito de iniciação irresponsável dos adolescentes na vida sexual, aos quais os preservativos distribuídos a rodo dizem apenas que, desde que não peguem doenças ou gerem filhos, todo o resto é lícito! Muitos preferem ficar em casa, outros tantos vão a sítios e chácaras em encontros de família. E não é raro encontrar também nas famílias o excesso de bebidas e outras drogas. A vida entendida como uma esponja destinada a absorver todas as satisfações possíveis! O resultado é um terrível vazio, reduzindo a Quarta-feira de Cinzas, que olha para a Páscoa e não para o carnaval, a um desagradável fenômeno chamado "ressaca".

Muitas pessoas estão em busca de alternativas mais sadias, como quem decide participar de retiros ou encontros de formação durante esse período [carnaval]. Sábia decisão que rompe a cadeia do ócio e do vício. Mas o mais importante é a sadia inquietação que o próprio Espírito Santo planta no interior do coração humano, suscitando a busca de algo mais consistente. Construir o edifício da vida sobre a base de tanta superficialidade resulta em tristeza e falta de rumo.

Então, o que fazer? Desfraldar a bandeira e começar uma guerra contra festas e vícios, considerando-nos bastiões de resistência num mundo hostil, condenando os que se divertem pelos pares da vida e fechando-nos em atitudes anacrônicas? Constato que tais atitudes não constroem a nova casa para os seres humanos que Deus criou com tanto amor. Há outra estrada, proposta aos cristãos e por eles a tantas pessoas de boa vontade, feita de fidelidade cotidiana à palavra do Evangelho. Com ele, aprenderemos a escutar as razões mais profundas e acolher as inquietações dos outros. Estes encontrarão em nós uma reserva de humanidade que jorra como fonte de água viva. Brotará um inquebrantável compromisso com a verdade e a retidão, no qual o primeiro passo será sempre de quem descobriu a pérola do Reino de Deus. Vendo pessoas que amam a vida e dela desfrutam sem destruí-la, esta mesma vida suscitará perguntas mais profundas e provocará uma mudança. Como fez com Seus primeiros discípulos, o Senhor Jesus não pedirá ao Pai que sejam tirados do mundo, mas preservados do mal. 

Quando muda a alma, as pessoas buscarão uma vida mais saudável, pois por fora e com imposições, não se transformam os corações. Muitas vezes, escorregando pela ribanceira abaixo, olha-se para o alto, onde uma nova cidade, chamada Jerusalém celeste, já antecipa seus sinais e suas estruturas. Maior do que o peso da árdua subida será a alegria do Céu que desce à terra todas as vezes em que o Evangelho é vivido. O desafio entregue à nossa geração é viver de tal modo que a vida cristã atraia mais do que todas as propagandas do mundo inteiro!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA
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Estudo comprova: Papa acertou sobre prevenção à Aids

Um comportamento sexual responsável e a fidelidade ao próprio parceiro podem, sim, diminuir a incidência da Aids. De acordo com a informação defendida pela prestigiada Universidade de Harvard, esses foram os principais fatores que determinaram a fortíssima queda da incidência de Aids na nação africana do Zimbábue.

Em Zimbábue, a curva em queda em 10 anos é evidente: entre 1997 e 2007, a taxa de infecção entre a população adulta caiu de 29 para 16%. Os dados foram levantados pelo pesquisador do Departamento para a Saúde Global e População de Harvard, Daniel Halperin, que está empenhado desde 1998 em estudar as dinâmicas sociais que estão na base da difusão das doenças sexualmente transmissíveis nos países em via de desenvolvimento, que são os maiores afetados pelo flagelo da Aids.

Através de dados estatísticos e análises de campo, como entrevistas e grupos focais, Halperin conseguiu recolher testemunhos até mesmo dos bolsões mais pobres do país africano.

— A repentina e nítida diminuição anda de mãos dadas com a redução de comportamentos de risco, como relações extraconjugais, com prostitutas ou ocasionais, disse, sem hesitar, o pesquisador.

Esse estudo ora divulgado comprova o que o Papa Bento XVI afirmou, na viagem apostólica que realizou à África, em 2009, sobre o preservativo não ser a solução para a luta contra a Aids. Na época, as palavras do Pontífice foram alvo de ásperas críticas e polêmicas. Também o livro-entrevista Luz do Mundo revela a percepção do Papa, afirmada por esta nova constatação científica: "os profiláticos estão à disposição em todos os lugares, mas somente isso não resolve a questão".

O estudo em questão foi publicado em PLoSMedicine.org e é financiado pela agência estadounidense para o Desenvolvimento internacional, da qual Halperin já foi conselheiro, e pelo Fundo das Nações Unidas para a População e o Desenvolvimento. Por meio desse estudo, o pesquisador questiona as políticas até agora adotadas pelas principais agências de luta contra a Aids nos países em vias de desenvolvimento.

— A inversão dos comportamentos sexuais da população do Zimbábue foi auxiliada por programas de prevenção nos mass media e por projetos formativos promovidos pelas igrejas e confissões religiosas, relatou.

De acordo com o pesquisador, essas intervenções são propriamente culturais, com resultados mais distantes no tempo. No entanto, são mais incisivas e duradouras que a prática da distribuição de profiláticos, como a camisinha, que se apresenta como ineficaz.

Segundo o estudo de Halperin, é preciso "ensinar a evitar a promiscuidade e promover a fidelidade".


Fonte: Arquidiocese.org.br (Arquidiocese do Rio de Janeiro)
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Nova Evangelização é vital para missão da Igreja, destaca Sínodo

A 13ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos acontece entre 07 e 28 de outubro de 2012, mas desde já a Igreja Católica prepara-se para debater o tema da Nova evangelizatio ad christianam fidem tradendam (A nova evangelização para a transmissão da fé cristã).

Os Lineamenta da Assembleia foram apresentados em uma coletiva na Sala de Imprensa da Santa Sé, nesta sexta-feira, 4. Esse documento busca apresentar brevemente o estado da questão a ser debatida no Sínodo, indicar aspectos positivos na vida e na missão da Igreja e levantar aspectos problemáticos ou que precisam de aprofundamento.

O texto foi apresentado em português, latim, italiano, inglês, francês, alemão, espanhol e polonês. Participaram da coletiva o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Dom Nikola Eterović, e o subsecretário do Sínodo, Dom Fortunato Frezza.

Uma das missões mais importantes para a vida e missão da Igreja é a evangelização. O motivo de convocação do Sínodo, segundo Dom Eterović, é porque a Igreja deseja, "com renovado entusiasmo, continuar tal missão também no tempo presente, [...] para retomar com novo ímpeto a obra urgente da evangelização no mundo contemporâneo".

A escolha do tema contou com ampla participação de diversos organismos eclesiais, cuja grande maioria apontou como tema proposto para a próxima assembleia a questão da transmissão da fé, uma vez que tal processo passa por muitas dificuldades devido às grandes transformações na ordem social, cultural e religiosa. A recente criação doPontifício Conselho para a Nova Evangelização também pesou para a escolha do tema.

"Qualquer projeto de 'nova evangelização', qualquer projeto de anúncio e de transmissão da fé, não pode ignorar esta necessidade de ter homens e mulheres que, com a sua conduta de vida, dão força ao empenho evangelizador que vivem" (22), indica o texto.


Estrutura *
Todos os capítulos dos Lineamenta são acompanhados de diversas perguntas, destinadas a facilitar a reflexão das Igrejas particulares e seus respectivos organismos. O Questionário é composto, ao todo, por 71 questões.

O texto está dividido em três capítulos: 1) Tempo de "nova evangelização"; 2) Proclamar O Evangelho de Jesus Cristo; 3) Iniciação à experiência cristãAlém disso, há uma Introdução, precedida de um Prefácio. O Documento encerra-se com uma breve Conclusão.


1 – "Tempo de Nova Evangelização"
Descreve como surgiu o conceito de nova evangelização e a sua difusão ao longo dos Pontificados de João Paulo II e de Bento XVI. O termo foi usado pela primeira vez por JPII durante a visita à Polônia, em 1979, e reafirmado durante a 19ª Assembleia do CELAM, em Porto Príncipe, em 1983, com pano de fundo na Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi, do Servo de Deus Paulo VI, que já falava em "novos tempos de evangelização" (EN 2).

As reflexões sobre o conceito, propostas pelos Lineamenta, são indicadas a partir de seis cenários que, especialmente ao longo dos últimos anos, desafiam a Igreja a encontrar respostas adequadas, para que também eles tornem-se lugares de testemunho dos cristãos, chamados a transformá-los com o anúncio do Evangelho: secularização; fenômeno migratório; meios de comunicação; cenário econômico; pesquisa científica e tecnológica e o mundo político.

"Os cristãos são chamados a levar a questão sobre Deus para o interior desses cenários, iluminando-os com a luz do Evangelho e levando o seu testemunho. [...] É preciso dar sabor evangélico aos grandes valores da paz, da justiça, do desenvolvimento, da libertação dos povos. [...] Tal missão oferece grandes possibilidades ao diálogo ecumênico com os pertencentes às outras Igrejas e comunidade eclesiais, bem como ao diálogo inter-religioso com denominações não cristãs, sobretudo com as grandes religiões orientais", ressalta o secretário-geral do Sínodo.

" A nova evangelização é o contrário da auto suficiência e de fechamento em si mesmo, da mentalidade do status quo e de uma visão pastoral que considera suficiente continuar a fazer como sempre se fez" (Lineamenta, 10), ressalta o texto hoje apresentado.


2 – Proclamar o Evangelho de Jesus Cristo
A principal razão da nova evangelização é o anúncio do Evangelho e a transmissão da fé, recorda os Lineamenta: "O objetivo da transmissão da fé é, portanto, a realização deste encontro com Jesus Cristo, no Espírito, para chegar a fazer a experiência do Seu e do nosso Pai" (11).

Os cristãos são convidados a estabelecer um relacionamento pessoal com Jesus na comunidade da Igreja, que transmite a fé que ela mesma vive e que configura o seu anúncio, testemunho e caridade. Essa transmissão acontece através da oração, que é fé em ato, de modo ainda mais preciso na liturgia, enquanto lugar privilegiado e que tem papel pedagógico insubstituível.

"O clima cultural e a situação de cansaço em que se encontram várias comunidades cristãs corre o risco de enfraquecer a capacidade de anúncio, de transmissão e de educação para a fé das nossas Igrejas locais" (15), recorda o texto. Essa situação exige um novo ímpeto, zelo renovado, para repropor com alegria e fervor o anúncio da Boa Nova.

Os Lineamenta também indica que o testemunho cristão deve ser privado e público, abraçando pensamento e ação, vida interna da comunidade e o seu aspecto missionário, a atividade educativa e caritativa, comunicando a esperança cristã para a sociedade contemporânea: "A finalidade de todo o processo de transmissão da fé é a edificação da Igreja como comunidade de testemunhas do Evangelho" (17).
3 – Iniciação à Experiência Cristã
Propõe uma reflexão sobre os instrumentos da Igreja para introduzir a fé, particularmente os Sacramentos da Iniciação Cristã: Batismo, Crisma e Eucaristia. As práticas das comunidades eclesiais suscitam uma série de questões, algumas das quais mencionadas nos Lineamenta.

Buscar uma colocação compartilhada da etapa do Sacramento da Crisma entre as diferentes tradições e ritos existentes na Igreja é um desafio que se apresenta, já que há diferenças no que diz respeito à administração do sacramento aos jovens.

A importância da Catequese também é ressaltada, uma vez que auxilia os fiéis a amadurecerem a própria conversão e educa a fé. Nessa perspectiva, a nova evangelização também requer que os fiéis depositem mais confiança no Espírito Santo, para que possam perceber com mais lucidez os lugares e modos apropriados de colocar a questão de Deus ao centro da vida dos homens de hoje, de acordo com suas expectativas e ansiedades.

Na sociedade contemporânea, qualquer ação educativa enfrenta dificuldades para se concretizar, de tal forma que é cada vez mais desafiador transmitir ás novas gerações os valores de fundo de um comportamento reto. O relativismo, que exclui a luz da verdade, é um dos motivadores desse contexto.

A missão da Igreja de educar assume ainda mais o papel de contribuição preciosa para fazer com que a sociedade saia da crise educativa, já que a comunidade eclesial possui uma grande tradição de escolas, institutos, recursos pedagógicos e pessoal especializado. Dessa forma, a atual emergência educativa requer educadores que saibam ser testemunhas credíveis dos valores em que se pode fundar a existência pessoal e do projeto de sociedade humana pelo qual vale a pena comprometer-se.
* O resumo dos principais pontos tratados nos Lineamenta
foi elaborado a partir das reflexões de Dom Nikola Eterović
 
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