terça-feira, 13 de setembro de 2011

Uma Jornada de unidade


Em matéria exclusiva para o nosso blog, a jovem Selene Ferreira, do Grupo Jovem Amigos de Cristo, nos conta  tudo o que viveu e sentiu na Jornada Mundial da Juventude 2011, que aconteceu nos dias 16 a 21 de agosto de 2011 em Madri. 


Uma Jornada de unidade, por Selene Ferreira 


Entre os dias 16 e 21 de agosto de 2011 aconteceu em Madrid, na Espanha, a Jornada Mundial da Juventude. Um encontro entre o Papa e os jovens do mundo inteiro. Quem criou este evento foi o Papa João Paulo II e lembro bem de ouvir muita gente dizer que Bento XVI não conseguiria ter carisma com os jovens como acontecia com seu antecessor. Estavam enganados! Fui para Madrid certa de que veria uma grande quantidade de jovens louvando a Deus e alegrando as ruas da cidade. Não fazia idéia de que algo muito maior nos aguardava por lá.
            O primeiro impacto se deu ainda no aeroporto do Galeão, dias antes da JMJ. Fui com um grupo do Rio de Janeiro, chamado Rio de Deus, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima RTS, no Méier. Embarcamos para a pré-jornada (um tempo preparatório) no dia 11/08 e o aeroporto já estava lotado de gente que ia para o mesmo lugar que nós. Havia uma enorme fila de pessoas com camisetas do Brasil, muitos encontros e despedidas (para vários jovens era a primeira viagem de avião e os pais acompanhavam seus filhotes até a entrada no embarque).
            Na chegada em Madrid, já para a JMJ em si, vimos um aeroporto de Barajas lotado de jovens. Vários grupos, cada um de um canto do mundo, felizes por terem chegado. Na primeira volta que demos pela cidade já foi possível notar mais de perto a transformação que a JMJ estava gerando em Madrid. Encontramos muitos grupos caminhando pelas ruas da cidade. Cada um com a bandeira do seu país e os símbolos que representavam seus movimentos e pastorais. Uma imensa alegria invadiu o centro de Madrid! E quando os grupos se encontravam, então? Festa! Músicas, fotos, orações. Um clima maravilhoso. A própria população ficava encantada com tudo que estava vendo. Sem dúvida era Deus presente nos corações daqueles jovens.
            A missa de abertura foi celebrada pelo arcebispo local. Havia tanta gente que acabamos vendo pelo telão porque não dava para chegar até a Praça Cibeles, onde estava o altar. Quando a missa acabou era uma multidão saindo pelas ruas cantando, batendo palmas e confraternizando.
            Durante as manhãs a programação era ir para as catequeses com os bispos. A gente via onde tinha catequese em português e escolhia para onde ir. O legal é que a unidade de nossa Igreja foi expressa nesses momentos também: é que os temas eram definidos por dia e em todas as catequeses, independente da língua, o tema era sempre o mesmo. Estávamos numa delas quando o Papa chegou e todas as igrejas começaram a badalar os sinos. Madrid inteira soube que algo muito bom estava acontecendo.
            No dia das boas vindas ao Papa, a juventude novamente se reuniu para dizer que estava muito feliz com a presença dele em nosso meio. Era lindo ouvir todos aqueles jovens gritando em coro “Esta es la juventud del Papa”, em português “Esta é a juventude do Papa”. Volta e meia alguém puxava esse grito e todos acompanhavam. Outros gritos comuns eram: “Benedito!” seguido de palmas e “Viva o Papa!” ao que todos respondiam “Viva”.
            Era emocionante ver aquela multidão e pensar na quantidade de sacrifícios que cada um teve que fazer e continuava fazendo, mas ao mesmo tempo também era lindo ver como os sacrifícios não contavam diante da alegria que sentiam por estarem ali.
            Uma coisa marcante na JMJ como um todo era a possibilidade de conhecer outros jovens, conversar com eles e perceber que, apesar das distâncias geográficas, estamos intimamente ligados por realidades muito semelhantes, dificuldades parecidas e, o mais importante, a mesma fé. Não importava de onde cada um vinha, estávamos todos unidos no mesmo propósito, completamente apaixonados pela mesma Igreja e pelo mesmo Deus.
            E o sucesso que o Brasil fazia? Nossa! Acho que éramos os únicos que causavam agitação quando vistos pelas ruas. O pessoal até cantava musiquinha quando via a gente. Eles tentavam cantar a melodia de “Aquarela do Brasil. Era muito divertido. E muitos ainda nem imaginavam onde seria a próxima JMJ. Acho que se soubessem iam fazer ainda mais festa conosco.
            Decidida a ver o Papa o mais perto possível, no dia da Via Sacra fui com mais duas amigas do grupo para a Praça Cibeles. Chegamos cedo e já havia muita gente por lá. Parecia que as pessoas nem saíam dali. Ficamos entre um grupo de italianos e espanhóis. Aos pouquinhos fomos passando até chegar perto da grade, onde voluntários faziam o isolamento e distribuíam água (para os europeus estava um calor absurdo, para nós brasileiros nem tanto). Ficamos num lugar que nos permitia uma vista livre do local onde o Papa ia ficar e foi marcante o momento em que ele chegou. Ver o sucessor de Pedro há apenas alguns metros de distância é uma emoção que nunca vou esquecer. Depois disso, durante a própria Via Sacra, outras cenas foram marcantes: o Papa acompanhando a Via Sacra sem se sentar enquanto pôde (se pensarmos na idade dele e no quanto devia estar cansado pela agenda intensa, vemos que qualquer um teria sentado imediatamente) e os jovens que participaram da Via Sacra (a cada estação a cruz ela levada por jovens que representavam grupos específicos, como imigrantes, deficientes, ex-dependentes químicos, residentes em zonas de conflito etc).
            Além da Via Sacra, os dois momentos principais do Papa com a juventude foram a Vigília e a Santa Missa. Ambos em um lugar chamado Cuatro Vientos. Infelizmente não pude viver esses momentos da forma como imaginava. Em virtude da hora que chegamos para a Vigília, não foi possível entrar no local pois o Papa já estava lá e, por motivo de segurança, os portões ficariam fechados até sua saída. Sendo assim, assisti com o grupo pela TV o momento do anúncio da JMJ 2013 no Rio de Janeiro. Mesmo assim, foi muito emocionante! Gritamos, aplaudimos e comemoramos juntos. Depois, o Padre Antônio José celebrou a Santa Missa e alimentados do amor de Deus seguimos sonhando com o trabalho que nos espera.
            Em 2013 é o Rio de Janeiro que vai receber esses peregrinos e sentir o que sentiu a Espanha (e toda a Europa) que vinha sendo considerada incrédula, que diziam não ter católicos e onde a religião parecia ter se perdido. A JMJ 2011 mostrou aos europeus e ao mundo que Cristo está e sempre estará VIVO e presente na vida dos jovens que O amam e de todos os católicos, que confiamos no Papa Bento XVI e o admiramos, que a Igreja continua firme em sua caminhada e seus propósitos de fazer a vontade de Deus e que o amor de Jesus nos anima e fortalece para seguirmos pelos caminhos que Ele desejar.
            Agora temos que nos preparar desde já, porque 2013 vem aí e há muito trabalho a fazer. Será preciso contar com a ajuda de todos. O número de voluntários em Madrid era gigantesco, aqui no Brasil não será diferente. Fiquemos atentos porque certamente nossa ajuda será necessária e é claro que não vamos furar, né?
            É isso aí pessoal, JMJ 2013 no Rio de Janeiro. Eu vou! (Trabalhar muito!)

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