Papa escolhe tema para Dia Mundial da Paz 2011
"Liberdade religiosa, caminho para a paz" é o tema escolhido por Bento XVI para a celebração do 44º Dia Mundial da Paz, em 1º de janeiro de 2011.
O tema foi apresentado na manhã desta terça-feira, 13. "O Dia colocará em relevo o tema da liberdade religiosa. Isso enquanto no mundo registram-se diversas formas de limitação ou negação da liberdade religiosa, de discriminação e marginalização baseadas na religião, levadas até a perseguição e à violência contra as minorias religiosas", indica um comunicado divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé. O texto continua: "A liberdade religiosa, portanto, existe autenticamente quando é coerente com a busca da verdade e com a verdade do ser humano. Isso nos ofecere um critério fundamental para o discernimento do fenômeno religioso e de suas manifestações. Permite-nos, com efeito, excluir a "religiosidade" do fundamentalismo, da manipulação e da instrumentalização da verdade e da verdade do ser humano. Dessa forma, tudo o que se oponha à dignidade do ser humano se opõe à busca da verdade, e não pode ser considerado como liberdade religiosa".
A nota recorda o que já foi afirmado por Bento XVI diante da Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU):"os direitos humanos devem incluir o direito de liberdade religiosa, compreendido como expressão de uma dimensão que é ao mesmo tempo individual e comunitária, uma visão que manifesta a unidade da pessoa, mesmo distinguindo claramente entre a dimensão de cidadão e a de crente".
Atualmente, são muitas as áreas do mundo nas quais persistem formas de limitação à liberdade religiosa, seja onde as comunidades de crentes são uma minoria, seja onde as comunidades de crentes não são uma minoria e sofrem também de formas mais sofisticadas de discriminação e marginalização, no plano cultural, e de participação na vida pública civil e política.
"É inconcebível que crentes devam suprimir uma parte de si mesmos, a sua fé, para serem cidadãos ativos; nunca deveria ser necessário renegar Deus para poder gozar dos próprios direitos. Os direitos relacionados com a religião necessitam como nunca de serem protegidos se forem considerados em conflito com a ideologia secular prevalecente ou com posições de uma maioria religiosa de natureza exclusiva", continuou o Papa no discurso à ONU.
O comunicado conclui ressaltando que "o ser humano não pode ser fragmentado, dividido por aquilo que crê, porque aquilo no que crê tem um impacto sobre sua vida e pessoa. O rechaço a reconhecer a contribuição à sociedade que está enraizada na dimensão religiosa e na busca do Absoluto - expressão por sua própia natureza da comunhão entre pessoas- privilegiaria efetivamente uma abordagem individualista e fragmentaria a unidade da pessoa".
O Dia Mundial da Paz é celebrado desde 1968.
Fonte: Canção Nova
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