Irmã Sônia se despede de Saquarema
MS: Irmã, a senhora poderia nos contar um breve histórico do Centro Social Madre Maria das Neves, seus fundadores e sua trajetória até os dias de hoje?
Irmã Sônia: Maria das Neves era amiga do Dr. Oscar de Macedo, que fez um convite a ela, que tinha recentemente ficado viúva, para vim ajudar na pequena maternidade, no município de Saquarema, ainda desconhecido por ela. Quando chegou, ficou impressionada com a realidade do local, que apresentava um grande número de pobres e necessitados sem apoio. Com isso Maria das Neves se sentiu chamada a uma vocação e decidiu ingressar na Ordem das Carmelitas, que prima pela pobreza, castidade, obediência e humildade. Em busca de apoio, agora, Madre Maria das Neves, vai a Campos pedir esmolas, e descobre uma casa que cuidava de velhos e crianças, que precisava de ajuda, e assim começa um novo trabalho. Mal sabia ela que Deus à reservava poucos anos de vida. Então, ela ficou lá mais 6 anos e faleceu, deixando 3 irmãs e 1 postulante, e foram justamente essas 3 confiantes na providência divina, que deram continuidade a essa congregação. Durante a permanência da Madre Maria das Neves em Campos, a casa de caridade, aqui em Saquarema, permaneceu sem a ajuda das irmãs. Só retornamos à Saquarema em 1959, exatamente à 50 anos atrás, com a missão de cuidar das crianças, e assim segue até hoje.
MS: O Centro Social Madre Maria das Neves é reconhecido como uns dos melhores formadores da qualidade de vida das crianças e jovens de nossa cidade. Quais são as atividades voltadas a essas crianças?
Irmã Sônia: Nós cuidamos das crianças, de suas famílias e de todas as pessoas que nos procuram. Eu falo que a nossa casa, é a casa de todos. Aqui nós acolhemos todas as pessoas, os mais diversos atendimentos, mas a prioridade, realmente, é acolher as crianças e suas famílias. E aqui nós cuidamos da criança no seu aspecto integral. Como diz o tema, que estamos celebrando esse ano: “50 anos: Edificando vidas, através do amor.”. E justamente isso é uma síntese de tudo aquilo que nós vivenciamos no dia-a-dia com nossas crianças. Amor, A: Atitude, quais são as atitudes que nós trabalhamos com as crianças no nosso dia-a-dia. A nossa preocupação é justamente ajudar as crianças à edificar a paz, em um mundo tão violento, tão agressivo, é possível construir e edificar a paz, que deve começar por nós mesmos. Então, nós trabalhamos com as atitudes de respeito, de fraternidade, de perdão, de não ao egoísmo, de não a violência. Tudo aquilo que vai valorizar a pessoa e ajudar a pessoa a construir dentro de si essa paz. M: Motivação, o que nos impulsiona? É justamente a promoção da vida, promover a vida dessas crianças, para que elas sintam amadas, se reconheçam como pessoas, então nós oferecemos a educação humana e cristã, nós cuidamos da alimentação, da saúde, da higiene, do esporte, da cultura, da informática. Tudo aquilo que vai ajudar a criança, a promover a vida da criança, é isso que nós procuramos trabalhar com nossas crianças. Nós temos também uma mística, O: de Oração, e nós trabalhamos para apresentar a essas crianças quem é Jesus. Ele que é o caminho, a verdade e a vida. Independente de religião, mas a formação cristã, a pessoa de Jesus Cristo, quem é Jesus Cristo. E R: Resultado, o que nós queremos? O que nós pretendemos, para essas crianças? É justamente, ajudar a essas crianças a se engajar na sociedade, a serem reconhecidas na sociedade, e ajudar na construção dessa sociedade. É este o nosso trabalho.
MS: Sabemos que o Centro Social completa 50 anos de fundação, quais são as metas e previsões para o futuro?
Irmã Sônia: A perspectiva é que realmente nós possamos,cada vez mais, ajudar as crianças, as suas famílias, a tornassem pessoas dignas e encontrando seu espaço na sociedade, para que elas sejam reconhecidas e valorizadas como pessoas. Nós não gostaríamos de perder essa perspectivas, pois esse é o nosso principal objetivo: o trabalho com as crianças, a encontrar consigo mesmas, a amá-las e saber que elas também são capazes, elas são uma esperança para o mundo de amanhã. Não é porque elas são pobres, carentes, pois não valorizamos a pessoa pelo que ela tem, mas sim pelo que ela é. Então nós trabalhamos isso: Quem são vocês? Vocês são pessoas, que são dignas, e são reconhecidas como filhos e filhas de Deus.
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