sábado, 18 de outubro de 2008

29º Domingo do Tempo Comum

Jesus está em Jerusalém, por ocasião da Páscoa dos judeus. As perseguições que já vinha sofrendo na Galiléia, agora se aguçam com várias investidas dos chefes dos sacerdotes, fariseus e dos anciãos, proprietários de terras, e a consumação de seu ministério se aproxima. A estes chefes de Israel juntam-se os partidários de Herodes. Estes eram adeptos da realeza, os aliados mais próximos e servis de Herodes, preposto de César. Dirigem-se a Jesus com um acúmulo de elogios que já deixam transparecer a falsidade. São palavras cheias de malícia. Pretendem remover qualquer inibição ou bloqueio de Jesus afim de que ele fale realmente o que pensa! Perguntam se devem pagar o imposto a César. Esperavam uma resposta negativa, um ato de insubordinação, o que lhe mereceria a condenação por parte dos prepostos do império romano. A imposição de pesados impostos à Judéia já fora causa de uma revolta liderada por Judas, o Galileu, cerca de vinte e cinco anos antes. Jesus, realmente, diz o que pensa: chama-os de hipócritas e denuncia sua maldade em procurar armar-lhe ciladas. Mais adiante (Mt 23,1-32) ele voltará a denunciar detalhadamente a hipocrisia destes chefes religiosos da Judéia. Jesus pede que mostrem a moeda do imposto. Este devia ser pago em moeda romana, o denário. As moedas, correntes no comércio, eram os "out-doors" de propaganda do império, cunhadas com imagens e inscrições que exaltavam o imperador. De maneira pedagógica Jesus pergunta aos seus questionadores sobre de quem é a figura e a inscrição na moeda. Com a confirmação de que é de César Jesus conclui: "Devolvei, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus". À questão sobre o "pagar" Jesus responde com o "devolver". A sutil resposta de Jesus, em primeiro lugar, remove o caráter divino do imperador: César e Deus são colocados separadamente. Por outro lado Jesus, com sua resposta, devolve a questão aos seus provocadores. Cabe a eles julgarem o que é de César e o que é de Deus. Sem dúvida poderão perceber que devolver a César o que é de César é erradicar de suas mentes toda ambição de riqueza e a idolatria do dinheiro. Devolver a Deus o que é de Deus é libertar seu povo e promover-lhe a vida, o que é a vontade e o projeto de Deus para toda a humanidade.

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